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🧬 O que é Terapia Génica?
É o tratamento de doenças através da transferência de material genético (DNA ou RNA) para as células do doente, com o objetivo de regular, reparar, substituir, adicionar ou eliminar sequências genéticas.
Pode ser feita por:
Adição génica: introdução de uma cópia funcional do gene defeituoso
Silenciamento génico: via RNAi ou oligonucleótidos antisense (ASOs) para inibir expressão
Edição génica: correção ou remoção permanente de genes defeituosos
🎯 Objetivo da Terapia Génica
Obter expressão duradoura e eficaz do gene terapêutico (“transgene”) num nível suficiente para:
Melhorar ou curar sintomas da doença
Minimizar efeitos adversos
🧬 Terapia Génica Somática vs Germinal
Somática:
Aplicada a células somáticas
Alterações não são herdadas
Germinal (GGT):
Aplica-se a gâmetas ou embriões
Pode evitar a transmissão de doenças genéticas
Envolve IVF + edição + testes genéticos
Altamente controversa: ética, baixa eficiência, riscos → não aprovada clinicamente
🚚 Estratégias de Entrega: In Vivo vs Ex Vivo
In Vivo:
O vetor é entregue diretamente no corpo (ex. via IV ou injeção local)
Ex Vivo:
As células são extraídas, modificadas fora do corpo e reintroduzidas (ex. células estaminais, T-cells)
⚖ Regulação Europeia para Medicamentos de Terapia Génica
Classificados como medicamentos de terapias avançadas. Devem conter ácidos nucleicos recombinantes e o efeito terapêutico está ligado diretamente à sequência genética ou ao seu produto de expressão.
🦠 Vetores Virais – Comparação
🧬 Terapia Génica com AAV – Exemplo: Zolgensma®
Para atrofia muscular espinal (SMA)
Vetor: AAV9
Entrega sistémica IV
Introduz cópia funcional do gene SMN1
Corrige função dos neurónios motores
Terapia única antes dos 2 anos
🦠 Vírus Oncolíticos – Exemplo: Imlygic® (HSV-1)
Vírus HSV-1 modificado para infetar e destruir seletivamente células tumorais
Induz resposta imune antitumoral
Expressa GM-CSF para ativar células apresentadoras de antigénio (APCs)
Usado em melanoma e cancro pancreático
🧬 Edição Génica com CRISPR – Casgevy®
Para anemia falciforme e β-talassémia
Primeira terapia CRISPR aprovada em humanos
Atua ex vivo em células estaminais hematopoiéticas
sgRNA dirige Cas9 à região potenciadora do gene BCL11A
Corte gera indels por NHEJ, reduzindo ligação de GATA1 → ↑ Hb fetal (HbF)
🚫 Vectores Não-Virais – Vantagens e Limitações
Vantagens:
Menor imunogenicidade
Evitam mutagénese por inserção
Versatilidade: DNA, RNA, mRNA, CRISPR
Mais fáceis de fabricar e escalar
Desvantagens:
Eficiência de transfeção mais baixa
Expressão geralmente transitória
Precisam de otimização para tecidos específicos
Dificuldades de entrada celular e fuga endossómica
🧪 Tipos de Vetores Não-Virais
1. LNPs & Lipossomas:
Usados em vacinas mRNA COVID-19
Composição: lípidos ionizáveis, colesterol, PEG
Ex: Onpattro® (patisiran) – 1º siRNA aprovado (LNP com PEG-DMG e DSPC)
2. Nanopartículas Poliméricas (PNPs):
Ex: quitosano, PEI, PLGA
Formam polyplexes, polímerosomes, dendrímeros
Superfície personalizável
3. Peptídicos:
Ex: CPPs (cell-penetrating peptides)
Facilitam translocação da membrana
4. Nanopartículas Inorgânicas:
Ex: ouro, sílica, óxido de ferro
Usadas para entrega + imagem + libertação controlada
💉 Onpattro® (patisiran) – siRNA Terapêutico
Alvo: amiloidose hATTR (mutação TTR)
siRNA inibe produção da TTR mutada
Formulado com LNPs → ↑ tempo de circulação, evita agregação
Componentes como PEG-DMG e DSPC estabilizam e prolongam eficácia
🧪 Ensaios Clínicos em Terapia Génica
Estão em crescimento, com terapias já aprovadas para doenças raras e oncológicas
Novas abordagens incluem terapias baseadas em edição (CRISPR), RNA e vetores híbridos
⚠ Desafios Futuros na Terapia Génica
Segurança:
Resposta imune (ex. contra AAV)
Risco de mutagénese insercional
Toxicidade por dose elevada de vetor
Entrega:
Baixa eficiência em certos tecidos
Dificuldade em atravessar barreiras (ex. hematoencefálica)
Acesso e Produção:
Escalabilidade limitada
Custos elevados
Regulamentação complexa e variável
🌐 Perspetivas Emergentes
Edição de nova geração: base/prime editing mais seguros
Vetores inovadores: AAV modificados, lentivírus auto-inativáveis
IA & bioinformática: personalização da terapia e desenho vetorial
Modelos preditivos: organoides, sistemas microfisiológicos, ratinhos humanizados
🧠 Conclusão Final
A terapia génica está a evoluir de uma abordagem para doenças raras para terapias sistémicas e personalizadas. O futuro depende da precisão, segurança e escalabilidade.