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Como se define a parentalidade?
É um conjunto de ações encetadas pelas figuras paternais junto dos filhos de modo a promover o seu desenvolvimento da forma mais plena possível.
Qual é o principal objetivo da parentalidade?
O principal objetivo da parentalidade é o de promover relações pai-filho positivas, fundamentadas no exercício de uma parentalidade responsável, e de promover e otimizar o bem-estar e potencial desenvolvimento da criança.
Pretende-se, também, criar um adulto psicologicamente ajustado, capaz de lidar com as vicissitudes da vida.
Há algo que a parentalidade deve fazer e algo que não deve fazer. O que são essas duas coisas?
Por um lado, a parentalidade deve potenciar ou criar novos fatores protetores para a criança.
O que não é desejável é a parentalidade ou certas práticas parentais efetivadas pelos pais serem fatores de risco para a criança.
Quais são as 5 principais funções da parentalidade?
1) Satisfazer as necessidades básicas de sobrevivência e saúde da criança:
Questões como alimentação, abrigo, sono, (...).;
2) Disponibilizar à criança um mundo físico organizado e seguro:
As rotinas são essenciais para haver estrutura e previsibilidade na vida da criança;
3) Permitir a compreensão cognitiva das relações extrafamiliares:
A criança quer saber coisas e os pais têm de ser dicionários para a criança, de forma paciente, traduzindo o mundo para elas;
4) Satisfazer necessidades de afeto, segurança e confiança:
A criança precisa de saber que é amada e que pode confiar nos pais e no mundo;
5) Satisfazer necessidades de interação social e integração na comunidade.
Define educação parental.
A educação parental é um conjunto de atividades educativas e de suporte que ajudam pais ou futuros pais a compreenderem as suas próprias necessidades sociais, emocionais, psicológicas e físicas e as dos seus filhos e aumentar a qualidade das relações com eles.
Estas atividades criam um conjunto de serviços de suporte na comunidade local, sendo que as famílias as poderão usar de forma vantajosa.
Qual é o objetivo geral da educação parental?
A educação parental visa apoiar os pais ao proporcionar informações de caráter prático, transmitindo princípios de aprendizagem e modificação do comportamento e promovendo competências de comunicação e resolução de problemas.
Quais são alguns benefícios empiricamente validados de uma boa educação parental?
1) Promove o desenvolvimento da criança;
2) Previne quadros psicopatológicos;
3) Reduz o stress parental.
Existe um princípio importante da educação parental que se prende com o contexto das famílias. Qual é?
A educação parental deve ser ajustada às especificidades da família.
Isto quer dizer que devem-se ajustar as intervenções ao que são as possiblidades em termos de horário e disponibilidade dos pais, capacidade funcional do momento (há fases da vida em que os pais estão mais sobrecarregados ou menos) e às fases do ciclo da família, por exemplo, se se trata de um casal recém-formado, uma família com filhos pequenos, filhos em idade escolar, adolescentes, jovens adultos, (...).
Quais são as 3 dimensões chave da parentalidade?
1) Envolvimento parental;
2) Suporte parental para a autonomia;
3) Estrutura parental.
O que é o envolvimento parental?
Define-se como um conjunto de interações afetuosas e sensíveis. Pais demonstram envolvimento parental quando são sensíveis ao sofrimento da criança e providenciam suporte e conforto adequado para o aliviar.
O que é o contrário do envolvimento parental?
A rejeição parental.
Na rejeição parental, os pais são frios, distantes e ignoram as necessidades da criança. São incapazes de mostrar apoio e afeto pela mesma.
O que é o suporte parental para a autonomia?
O suporte parental para a autonomia é um conjunto de ações que criam oportunidades para a criança ter liberdade psicológica. Os pais mostram compreensão pela perspetiva da criança, dão-lhe escolhas e encorajam a iniciativa.
Existem regras, mas são introduzidas à criança com um racional que faça sentido para ela.
O que é o oposto do suporte parental para a autonomia?
A pressão parental.
A pressão parental ocorre quando os pais pressionam e dominam a criança, ou seja, impõe a sua própria agenda na criança por via da intrusão e manipulação
Existem dois métodos pelos quais os pais podem pressionar uma criança. Quais são?
1) Pressão Interna: O pais exercem controlo psicológico sobre a criança.
2) Pressão externa: Os pais disciplinam a criança por via de punição física excessiva e por controlo coercivo.
O que é a estrutura parental?
Na estrutura parental, os pais expressam expectativas claras para o comportamento das crianças, e dão um suporte positivo e feedback orientado para o processo quando necessário.
Alguns exemplos são o controlo firme da criança, por via da supervisão, definição de regras, assertividade e exigência adequada.
O que é o oposto da estrutura parental?
O caos parental.
O caos parental ocorre quando os pais são imprevisíveis e pouco claros acerca das suas expectativas para os comportamentos das crianças e seus objetivos ou quando são demasiado brandos e não estabelecem regras ou limites.
Os pais podem ainda desvalorizar os feitos das crianças com constante crítica.
Alguns exemplos do caos parental são o fraco controlo parental, a disciplina inconsistente e uma parentalidade imprevisível e não diretiva.
Existem 5 princípios de uma parentalidade positiva. Quais são?
1) Assegurar um ambiente seguro e estimulante;
2) Criar um ambiente de aprendizagem positivo;
3) Utilizar uma disciplina assertiva;
4) Ter expectativas realistas;
5) Cuidar de si enquanto pai/mãe.
No que consiste assegurar um ambiente seguro e estimulante?
Crianças de todas as idades precisam de um ambiente seguro, supervisionado, e protetor de forma a poderem explorar, experimentar e brincar.
Este princípio é essencial para promover um desenvolvimento saudável e prevenir acidentes em casa.
No que consiste assegurar um ambiente de aprendizagem positivo?
Isto envolve educar os pais no seu papel enquanto primeiros professores da criança.
Deste modo, os pais devem responder de forma positiva, securizante e construtiva a interações iniciadas pela criança, como por exemplo pedidos de ajuda, informação, conselho e atenção.
Isto potencia a aprendizagem incidental, ajudando as crianças a estarem mais aptas a resolverem problemas por si.
De facto, é por via da aprendizagem incidental que as crianças aprendem a linguagem, competências sociais e a resolução de problemas sociais.
No que consiste a utilização de uma disciplina assertiva?
Uma disciplina assertiva é uma alternativa a estratégias parentais coercivas e ineficazes como gritar, ameaçar ou punir fisicamente a criança.
Existem um conjunto de estratégias assertivas que são mais úteis, tais como:
1) Definir regras básicas para situações específicas;
2) Discutir essas regras com as crianças;
3) Dar instruções e pedidos de forma clara, calma e apropriada à idade da criança;
4) Oferecer consequências lógicas a determinados comportamentos (por exemplo, ter de limpar o chão depois de entornar um copo de propósito).
No que consiste ter expectativas realistas para a criança?
Envolve explorar com os pais o que é que eles esperam da sua criança, bem como perceber o que é que eles consideram ser as causas do comportamento do seu filho. Este tópico é relevante em relação a comportamentos difíceis ou prossociais da criança.
Neste sentido, orienta-se os pais a escolher objetivos para as suas crianças que sejam desenvolvimentalmente ajustados. Isto é relevante porque pais que têm expectativas mais irrealistas para o comportamento das crianças também são mais prováveis a abusar ou maltratar as mesmas.
No que consiste cuidar de si enquanto pai/mãe?
A parentalidade envolve um conjunto de fatores que impactam a autoestima e bem-estar dos pais.
Os pais também são encorajados a perceber como é que o seu bem-estar emocional afeta o seu próprio comportamento e, consequentemente, capacidade de educar os seus filhos.
Além disso, aprendem estratégias de coping específicas para gerir estados emocionais difíceis incluindo a tristeza, raiva, ansiedade e o stress parental no geral.
Além dos princípios já mencionados, existe outro mais focado na formação do sistema comportamental da criança e a sua estabilidade ao longo do tempo. Qual é?
O princípio da solidificação/cristalização.
Apesar do ser humano ter capacidade de mudança, quando falamos de crianças e adolescentes, muitos dos seus hábitos comportamentais ainda não estão solidificados, tendo mais plasticidade.
Há determinados comportamentos que são legitimados e intencionalizados por parte dos pais e que se solidificam, ou seja, tornam-se parte do reportório comportamental da criança.
Isso é positivo caso o comportamento solidificado seja adaptativo, mas é negativo se o comportamento solidificado for desadaptativo.
No contexto do princípio da solidificação/cristalização, o que é o erro fundamental da educação?
O erro fundamental da educação é um fenómeno parental em que os pais punem comportamentos desadaptativos mas não incentivam os adaptativos.
Isto é importante tendo em conta o princípio da solidificação, sendo que os comportamentos adaptativos também devem ser reforçados para se solidificarem.
Dá uma implicação prática do princípio da solidificação/cristalização.
Essencialmente, os pais devem intencionalizar e reforçar comportamentos desejados, expectáveis ou adaptativos.
De igual modo, os pais devem ser informados de que comportamento disfuncional que é incentivado acidentalmente ou ao qual não há consequência tende a estabilizar-se. Assim, os pais devem perceber que deve haver uma consequência adaptada e lógica ao comportamento disfuncional da criança, de modo a desincentivar o comportamento, evitando que se solidifique.
Existem um conjunto de competências parentais específicas. Quais são?
1) Competências de monitorização;
2) Promoção de relações positivas com os filhos;
3) Encorajar comportamentos desejáveis;
4) Ensino de novas competências e comportamentos;
5) Gestão de comportamentos desadaptativos;
6) Prevenir problemas em situações de risco;
7) Desenvolver competências de autorregulação, coping e gestão de humor;
8) Competências de suporte do parceiro e comunicação.
Dá exemplos de competências de monitorização.
Aqui fala-se da capacidade de monitorizar o próprio comportamento e o da criança.
Dá exemplos de como promover relações positivas com os filhos.
Por exemplo, passar tempo de qualidade com a criança, falar com ela e mostrar afeto.
Dá exemplos de como encorajar comportamentos desejáveis na criança.
Por exemplo, dar elogios descritivos, atenção não-verbal e dar à criança atividades envolventes.
Dá exemplos de como ensinar novas competências e comportamentos à criança.
Por exemplo, traçar objetivos desenvolvimentalmente apropriados para a criança, utilizar a aprendizagem incidental, utilizar gráficos comportamentais (por exemplo, tabelas com autocolantes que recompensam o comportamento adaptativo), utilizar estratégias como o "Ask, Say, Do", (...).
O que é o "Ask, Say, Do"?
É uma estratégia parental para estimular novas competências na criança. Esta estratégia segue 3 fase:
1) Ask: Deve-se perguntar à criança qual é o primeiro passo de uma tarefa;
2) Say: Se a criança não souber, deve-se dar uma instrução;
3) Do: Deve-se pedir à criança que faça esse passo/instrução.
Dá exemplos de como gerir o comportamento desadaptativo na criança.
Por exemplo, establecer regras básicas de conduta, dar instruções calmas e simples de se seguir, utilizar consequências lógicas, utilizar time-outs, quiet time e discussões diretivas.
O que são discussões diretivas?
Numa discussão diretiva, o cuidador deve:
1) Captar a atenção da criança;
2) Dizer-lhe o que fizeram e porque é que é desadaptativo;
3) Pedir à criança que diga qual era o comportamento apropriado que devia ter feito (no caso dela não saber, o cuidador deve dizer-lhe);
4) Pedir-lhe para realizar o comportamento ajustado e reforçar a criança por fazer esse comportamento.
Dá exemplos de como se pode prevenir problemas em situações de risco com crianças.
Deve-se planear antecipadamente caso haja alguma situação de risco, discutir regras para situações de risco específicas, dar incentivo a comportamentos responsáveis e consequências a comportamentos desadaptativos e devem haver discussões de follow-up para cenários de risco.
Dá exemplos de como desenvolver competências de autorregulação, coping e gestão de humor na criança e pais.
Deve-se estimular a reflexão sobre forças e fraquezas da criança/pais, definir objetivos para o desenvolvimento pessoal, ensinar a criança/pais a identificar e desafiar pensamentos menos adaptativos, educar e praticar a criança/pais em estratégias de relaxamento e gestão do stress e desenvolver planos e estratégias para situações excecionalmente stressantes.
Dá exemplos de como se pode desenvolver competências de apoio ao parceiro e comunicação com os pais.
Deve-se instruir os pais a darem e receberem feedback construtivo, desenvolver bons hábitos de comunicação relacional, estimular o apoio e entreajuda quando há comportamentos problemáticos, estimular conversa casual entre o casal e zelar pelo bem-estar relacional.
Existem dois fatores que são essenciais para o exercício de uma parentalidade positiva. Quais são?
A responsividade e exigência parental:
1) Responsividade: Descreve a qualidade das interações pai-filho. Interações responsivas são afetuosas, apoiadoras e sensíveis.
2) Exigência: Caracteriza a qualidade da disciplina parental e o controlo. Uma exigência parental adaptativa é consistente e estimula o desenvolvimento da criança.
Quais são alguns guias orientadores para garantir a responsividade parental?
Os pais nunca devem negar afeto, independentemente do que a criança faz em termos comportamentais.
Os pais devem ser modelos de comportamentos responsáveis e adaptativos. Os pais devem ser coerentes em instruções e no seu comportamento, ou seja os pais devem saber orientar a criança e seguir as suas próprias orientações.
Por exemplo, se um pai adverte a criança contra os malefícios do tabaco, ele/a não deve fumar, de modo a ser um modelo coerente.
Devem ainda saber reforçar o comportamento adaptativo, punir o desadaptativo e saber promover a autorregulação da criança.
Finalmente os pais devem ter tempo de qualidade com os filhos para promover a sensação de segurança e afeto na criança.
Tendo em conta estes dois fatores, identifica os 4 estilos parentais.
1) Orientador/Assertivo;
2) Autoritário;
3) Permissivo;
4) Negligente.
O que é um estilo parental orientador/assertivo?
É um estilo parental que é tanto exigente como responsivo. Existem regras e diretrizes que são claras e razoáveis tendo em conta as competências da criança.
Estes pais são firmes na sua atuação, sendo capazes de oferecer explicações à criança em relação à sua exigência e de falar acerca das suas expectativas para a mesma.
São também afetuosos, responsivos e sensíveis às necessidades da sua criança.
O que é um estilo parental autoritário?
Um estilo parental autoritário é exigente, mas não responsivo.
Estes pais esperam obediência a padrões exageradamente altos de exigência, bem como regras inflexíveis, não tendo em conta as necessidades da criança.
Tipicamente não têm diálogos interativos com a criança, sendo frios e distantes com ela.
O que é um estilo parental permissivo?
Um estilo parental permissivo é responsivo mas não exigente.
Estes pais são também chamados de "indulgentes", visto que são afetuosos, sensíveis às necessidades da criança, mas não têm exigências para o seu comportamento, nem esperam o cumprimento de regras por parte da criança.
O que é um estilo parental negligente?
Um estilo parental negligente não é nem responsivo nem exigente.
Estes pais tipicamente não estão envolvidos na vida das crianças, não tem expectativas para a mesma e oferecem pouco ou nenhum apoio, estrutura ou afeto aos seus filhos.
Quais são alguns outcomes esperados de cada estilo parental?
1) Orientador/Assertivo:
Tipicamente considerado o estilo parental mais positivo. Associado com maior autoestima, maior realização académica, menor vitimização de bullying e menor probabilidade de abuso de substâncias por parte da criança.
2) Autoritário: Associado outcomes negativos para o desenvolvimento académico, social e emocional da criança, estando também associado com comportamentos de internalização e externalização;
3) Permissivo:
Consensualmente menos benéfico que o orientador/assertivo, mas os resultados são ambíguos.
Associado com menor realização académica, mas maior autoestima académica, menos incidência de pensamentos suicidas, mas mais sintomas depressivos. Também associado com um peso mais elevado, mas também com estilos de vida saudáveis (boa nutrição, qualidade e duração de sono ajustada).
4) Negligente: Consensualmente considerado o estilo parental mais negativo.
Associado com menor realização académica, mais comportamentos de internalização e externalização, abuso de substâncias e peso mais elevado
Quais são algumas linhas orientadoras para garantir a exigência parental?
Os pais podem seguir um modelo de parentalidade PCP:
1) Persistência: Não desistir ou ceder em regras importantes, ser firme e tranquilo. Há determinados comportamentos que a criança não deve adotar e que podem ter riscos físicos e mentais. Os pais devem saber impor e persistir em regras importantes.
2) Consistência: Existe a consistência intrapessoal, em que os pais devem saber seguir as mesmas regras que exigem que os filhos sigam.
Por outro lado, a consistência interpessoal passa por garantir que pais, professores e outras figuras importantes na vida da criança, transmitam e sigam as mesmas regras em tandem.
3) Previsibilidade: Os pais devem saber implementar rotinas e enforçar regras pré-definidas. Devem haver consequências justas e lógicas ao comportamento da criança.
Deve-se também dar previsibilidade à regra (por exemplo, a criança chega a casa, tem 30 minutos de lazer antes de começar os trabalhos de casa. Os pais devem relembrar a criança que só faltam 5 minutos até a criança ter de ir fazer os trabalhos de casa).