Comprehensive Notes on Political Theories and Pluralism

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Do Liberalismo ao Hiper-Liberalismo

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Fundamentos do Liberalismo

Baseia-se em três pilares: Liberdade, Tolerância, Pluralismo

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Stuart Mill, em On Liberty, defende:

O valor da opinião não deve ser julgado pela sua verdade ou erro;

Suprimir opiniões = roubar benefícios à humanidade;

O confronto de opiniões gera progresso humano;

Toda opinião tem a mesma dignidade, mesmo errada;

Introduzir “a verdade” cria hierarquias de opiniões, gerando exclusão.

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Liberdade positiva

Cada um escolhe identidade e modo de vida próprio, num processo de radical autonomia.

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Crítica ao Hiper-Liberalismo (John Gray)

Leva os valores liberais ao extremo, criando uma doutrina única e verdadeira.

Já não há pluralismo, mas sim monismo (uma verdade única).

Justiça social torna-se o novo valor absoluto tudo o que se opõe é considerado crime/opressão:

Ex: repressão de género, escravatura, obras coloniais, etc.

Usa-se a cultura do cancelamento como ferramenta de moralização social.

Ex: proibição de autores clássicos nas universidades.

Resultado: destruição dos valores fundadores e eliminação do pluralismo.

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Capítulo 2 – Liberdade de Opinião (John Stuart Mill)

Privar uma opinião = roubar um bem coletivo;

A verdade não deve ser critério de exclusão no debate;

A pluralidade é um valor em si mesmo, garantindo progresso.

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Capítulo 3 – Individualidade e Liberdade Positiva (John Stuart Mill)

Valorização da autonomia radical;

Cada indivíduo é único e isolado;

Valores passam a ser contextuais, definidos apenas pelo indivíduo;

Surge o relativismo absoluto: cada um tem “a sua verdade”;

A tolerância desaparece todos impõem a sua própria verdade;

Quem não adere é visto como obstáculo ao progresso é cancelado.

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Colapso do Liberalismo

Significa o colapso do Pluralismo;

John Kekes mostra como o liberalismo passou a ser religião secular, intolerante:

A verdade torna-se uma justificação para corrigir o passado.

Ex: devolver arte às ex-colónias, reescrever a História.

O pluralismo e o liberalismo tornam-se incompatíveis na prática;

A tradição, antes ignorada, passa a ser a via para salvar o pluralismo via conservadora.

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1ª Tese: Pluralidade e Condicionalidade dos Valores (O Pluralismo Conservador - John Kekes)

Valores surgem de interação histórica e social, não são inerentes.

A tradição é dinâmica, construída por: Regras, Convenções e Instituições.

A tradição não limita, mas estrutura e orienta a liberdade.

A liberdade não é criar do zero é agir dentro de um contexto que evolui.

O tempo e a História moldam as práticas sociais isto é a tradição.

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2ª Tese: Inevitabilidade dos Conflitos (John Kekes)

Os valores são incomensuráveis, não se hierarquizam;

Cada geração constrói e altera o seu conjunto de valores;

Conflitos são naturais, esperados e normais.

Eliminar tensões = visão monista e artificial.

A tradição ajuda a acomodar as diferenças sem anulá-las.

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3ª Tese: Resolução Razoável de Conflitos (John Kekes)

Requer inteligência moral: Conhecimento (histórico, contextual) e Avaliação (capacidade de julgar corretamente).

Resolução = adequada, não perfeita nem universal.

Evita tanto o monismo como o relativismo.

Tradição fornece o pano de fundo comum para estas soluções.

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4ª Tese: Possibilidades de Vida (John Kekes)

Cada pessoa deve poder configurar o seu modo de vida;

Não é “a escolha radical” dos liberais, mas sim escolhas contextualizadas;

A tradição dá limites e orientação impede o caos moral;

Liga-se individualidade à comunidade, numa lógica de participação.

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5ª Tese: Necessidade de Limites (John Kekes)

Limites são fundamentais à pluralidade;

Convenções variáveis permitem pluralismo (não são rígidas);

Cada um forma o seu guia de conduta, em diálogo com os outros;

Surge uma espécie de alfabeto político-social, moldado pelo tempo;

Identidade nasce da tradição, que permite mudanças controladas, não destrutivas.

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6ª Tese: Progresso Moral (John Kekes)

Associado ao tempo, à tradição, à interpretação;

Progresso ≠ evolução contínua, pode haver regressão;

A pluralidade de experiências gera o progresso moral;

Rejeita-se a ideia de um “melhor mundo possível” como defendem os liberais.

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O que é Experiência? (Tradição e Modos de Experiência - Michael Oakshott)

Combinação de:

  • Conhecimento: regras, instituições, convenções;

  • Avaliação: saber agir com prudência.

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Três Modos de Experiência (Michael Oakeshott)

Histórico → passado morto, não aplicável hoje;

Científico → visão impessoal, abstrata, sempre mutável;

Prático → onde vivemos! Inclui moral, religião e política.

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Passado Prático = Tradição Viva (Michael Oakeshott)

Tradição é passado que ainda está entre nós;

Molda e orienta o presente, garantindo continuidade;

Sempre em transformação;

É pluralista por natureza, não fechada nem absoluta.

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Justiça (Visão Conservadora)

Justiça significa Satisfação, Segurança e Conforto;

Só se conserva o que é justo e satisfatório.

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Justiça assenta em 3 princípios:

  • Coerência

  • Prudência

  • Contingência

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Coerência

Tratar igual o que é igual, diferente o que é diferente;

Sensível ao caso concreto e válido no geral;

Mantém pluralismo, não impõe igualdade radical.

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Prudência

Contra utopias, a realidade é complexa e imprevisível;

Aceita a existência do mal, não nega conflitos;

Rejeita a ideia de solução final e perfeita.

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Contingência

Não há garantias absolutas, há tentativas;

Cada um deve receber o que merece, não o que deseja;

Justiça ≠ recompensa universal, é plural, contextual.

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Conclusão Final

  • O liberalismo, ao ser levado ao extremo, destrói o pluralismo.

  • O conservadorismo oferece uma alternativa mais prudente e realista.

  • A tradição viva, enquanto fonte de identidade e mudança, é o fundamento de um verdadeiro pluralismo.

  • A justiça, a liberdade e o progresso só existem se ancorados em valores partilhados, históricos e abertos à transformação.