Neoclassicismo
- Desenvolvimento durante os séculos XVIII e XIX.
- Primeiro estilo da época contemporânea, embora nasça um pouco antes.
- Herança da época moderna para a contemporânea.
- Duração de um estilo não está conectada ao tempo de duração de uma época.
- Não é o primeiro estilo a nascer na Idade Contemporânea, mas o primeiro a surgir.
- Inspiração na arte e cultura Greco-Romana (Arte Clássica).
- Reaproveitamento dos ideais greco-romanos já ocorreu no Renascimento (NeoRenascimento).
- Renascimento:
- Reação contra o Gótico (arte religiosa da Igreja).
- Laicização da cultura: arte mais profana.
- Igreja perde o controlo da educação com o aparecimento das universidades.
- Busca por arte em tempos sem cristianismo.
- Neoclassicismo:
- Reage contra o Barroco e o Rococó.
- Rejeição da Arte de Corte (poder absolutista dos reis) por uma arte mais racional.
- Ambos (Renascimento e Neoclássico):
- Representam rutura cultural e recuperação das tradições clássicas.
- Diferenças:
- Século XVIII tem mais informação que o século XV.
- Dificuldade de acesso à informação no século XV (falta de livros).
- Estilo do século XVIII deriva dos teóricos e artistas da época, devido à maior diversidade de informação.
Momentos Antigos Inéditos e a Enciclopédia
- Recolha exaustiva dos momentos da antiguidade para conhecer os monumentos.
- Obra ilustrada como a "internet" da época.
- Ideia de que o conhecimento deve ser apreendido e lecionado a partir da imagem.
- Enciclopédia:
- Glossário/Dicionário.
- Recolha exaustiva escrita por especialistas sobre todo o conhecimento humano.
- Publicada em 31 volumes, dirigida por Denis Diderot e Jean d’Alembert.
- Homem do século XVIII tinha mais informação, logo a recuperação da arte greco-romana é melhor do que no século XV.
- Escavações em Pompeia e Herculano.
- Em Nápoles, o Vesúvio destrói Pompeia e Herculano:
- Cidades preservadas no tempo.
- Ninguém pós os pés durante 1800 anos devido às cinzas.
- Aumento considerável do conhecimento sobre a civilização humana:
- Quantitativo e qualitativo sobre a arte e cultura romana.
- Frescos de Pompeia: casas decoradas com pinturas.
- Homem do Renascimento nunca viu pinturas Romanas ou Gregas.
- Homem do Neoclássico conhece as pinturas, que têm um grande impacto na pintura desta época.
- Belo Ideal Salomon Gessner defende o Racionalismo com Natureza + Razão:
- Através da razão aperfeiçoam a natureza.
- Foco no futuro, a arte greco-romana não serve de inspiração.
- Arte Clássica é Idealista (conceito do Belo Ideal).
- Artista deve aperfeiçoar a natureza, não copiá-la.
- Natureza é imperfeita, função do artista é aperfeiçoar para atingir o belo.
- Neoclassicistas:
- Filo-Helenistas: Superioridade da Arte Grega – J. J. Winckelmann.
- Filo-Latinistas: Superioridade da Arte Romana - G. B. Piranesi.
- Rivalidade positiva leva ao estudo aprofundado de cada estilo.
- Renascimento:
*Ideia de que tudo que estava na Grécia era grego e em Itália Romano, ideia que se comprovou ser falsa.
Arquitetura Neoclássica na França
- Estilo inicial se desenvolve na França.
- Diferente do Barroco e Rococó:
- Barroco/Rococó: movimento, dourado, arte total, emoções e sentidos, riqueza decorativa, visão, audição, tato, pintura, escultura, contrastes claros-escuros, teatral.
- Neoclássico:
- Mais claro, iluminação igual, linhas retas e simetria, grande qualidade de detalhes, rigoroso, científico e arqueológico, estudo minucioso.
- Jacques-Anje Gabriel, 1762-1768:
- Petit Trianon Versalhes: marca o início do Neo em França.
- Templo do Amor.
- Pavilhão de Festas.
- Pierre Vignon, Igreja da Madeleine, Paris, 1764-1824:
- Templo grego em cima de um pódio (romanos assentam no chão, gregos têm uma entrada).
- Jacques Germain Soufflot, Igreja de Sainte Genevieve (Panteão), Paris, 1764-1790:
- Inspirado no Panteão de Roma.
Arquitetura Neoclássica na Inglaterra
- Século XVIII Inglês difere do Francês: fraca influência greco-romana.
- Buscam inspiração no Renascimento e Maneirismo: colunas germinadas aos pares (Neopalaciono/Neomaneirista).
- Christopher Wren:
- Catedral de São Paulo, Londres, 1675-1716.
- Greenwich Hospital, 1695.
- Lord Burlington, Chiswick House, 1720-1725:
- Inspirado na Villa Rotonda de Andrea Palladio, Vicenza, 1565-1569.
- Lord Burlington e William Kent, Holkham Hall, Norfolk, 1734.
- Robert Adam e James Adam:
- Criam o Neoclássico em Inglaterra, principalmente nos interiores.
- Solucionam a diferença de mobiliário entre Gregos/ Romanos e a época.
- Robert Adam, Kedleston Hall, Derbyshire, 1759-1765:
- Utilização da forma do arco de Constantino para a fachada traseira.
Arquitetura Neoclássica nos Estados Unidos
- Primeiro estilo do país.
- Surge em 1756.
- Tomas Jefferson:
- Impulsionador do Neoclassicismo.
- Cônsul em Paris, inspirando-se na arquitetura francesa.
- Tomas Jefferson, Monticello, Charlotesville, Virgínia, 1768-1784/ Monticello II, 1796-1809:
- Modelo típico das casas do sul.
- Tomas Jefferson, State Capitol, Virgínia, 1785-1789:
- Capitólio idêntico a um templo romano, com melhorias.
- James Hoban, Palácio Presidencial (Casa Branca), Washington, D.C., 1793-1801.
- William Thornton, Henry Latrobe, Charles Bulfinch, State Capitol, Washington D.C., 1793-1867:
- Edifício mais monumental é o Capitólio de Washington.
- Inicialmente mais simples.
- Incendiado numa guerra com a Inglaterra, recuperado com uma cúpula baseada no panteão francês.
Arquitetura Neoclássica em Portugal
- José da Costa e Silva, Teatro S. Carlos, 1793.
- Fortunato Lodi, Teatro D. Maria II, 1842-1846.
- Francisco Xavier Fabri e José da Costa e Silva, Palácio da Ajuda, 1802-1889.
Pintura Neoclássica
- Inspirada na estrutura clássica grega e na pintura renascentista italiana (razão).
- Inspirada em Pompéia e Herculano (preservadas da ação humana).
- Arte racional e tecnicista que apela à razão e compreensão.
- Temáticas mitológicas, heroicas ou de retrato.
- Expressividade contida, austera.
- Características técnico-artísticas:
- Desenhos rigorosos das formas trabalhadas pelo claro-escuro da cor.
- Estética formal é naturalista.
- Cores sóbrias no geral.
- Composições em tamanho grande.
Jaques Louis David
- Artista consagrado na Europa.
- Estilo apreciado, mas ideais políticos nem tanto (revolucionário).
- Arte como função cívica, política e educativa (revolução francesa).
- Fundador da escola da pintura neoclássica.
- Oficial da corte napoleónica.
- Temas da história romana ou da contemporaneidade revolucionária (propaganda ideológica e moralizadora).
- Cenas como um palco, personagens distribuídas, no primeiro plano e paralelas à superfície do quadro, vestidas à época e moldadas como estátuas animadas.
- A morte de Séneca (1773):
- Próximo dos ideais do barroco e rococó (sentimentos).
- Tema tirado da história da Roma antiga (filosofo mandado prender pelo imperador).
- Suicídio como símbolo de coragem política contra a tirania.
- Cena rica e dramática, linha curva e contracurva, figura da escrava em destaque, toque de erotismo e sensualidade.
- Dramatização teatral (cortinas, luzes falsas, roupas extravagantes), exagero de gestos e posturas.
- Belisário recebendo esmola (1781):
- Fase de maturidade.
- Visão mais comodidade, paleta de cores mais restrita (cores frias), predomínio da linha reta, estrutura arquitetónica clássica como fundo.
- Pintura mais neoclássica e realista, menos teatral.
- Uso de recursos da história da Grécia antiga.
*Episódio do império romano do oriente; General e estratega que trabalhou para o imperador com o objetivo de reconquistar Roma e o império do ocidente; Começou a ser mais popular que o imperador devido ás suas vitórias, acabando por ser expulso do palácio e a viver a sua vida como sem-abrigo cego; - David retrata acontecimentos do passado para criticar o presente.
*Alguns críticos diziam que David não fazia mais do que representar episódios Greco-Romanos, sendo que muitas destas histórias tem uma mural.
- Muitos dos episódios antigos têm uma história que chama a atenção, uma chamada de atenção para injustiça dos governantes sobre a injustiça.
- O juramento dos horários (1784):
- Obra mais conhecida de David.
- Quadro inspirador para a revolução francesa
- Episódio lendário da Roma antiga (Horácio e seus três filhos juram lutar até à morte).
- Do lado direito, a mulher e irmão de Horácio.
- Mulheres em figura curva, homens em figura reta.
- Verticalidade estabelecida pelo fundo arquitetónico.
- No século XVI, havia sido feita uma peça com esta história dos Horácios, portanto França já conhecia esta história.
- Nesta altura, muita da cultura popular era transmitida através do teatro. Papel muito importante sobretudo devido a ser um espetáculo popular, edifícios fixos e teatros de rua, muitas vezes era mal visto, pois satirizava e ironizava os governantes;
- Pintura diz aos franceses para pegarem nas armas e lutar contra os franceses, 5 anos antes da revolução francesa acontecer.
- Horácio eram um homem comum, apelava ainda mais aos homens comuns, não era rico nem um deus;
- A morte de Sócrates - 1787
- Obra pintada com o objetivo de ser admitido na academia real de pintura e escultura, onde nem todos podiam entrar.
- David já tinha acabado curso de pintura e ia concorrer para a academia, utilizando esta obra como prova de ingresso;
- Filosofo grego do seculo V a. C., acusado de ter corrompido a juventude devido ás suas ideias.
- Condenado a suicidar-se bebendo veneno, entregue pelo seu discípulo, Platão;
*Outra vez vemos a temática de alguém condenado pelos seus ideias, fala sobre censura e delito de opinião; - Chama a atenção para a censura que existiam em França, muitos filósofos tiveram de emigrar ou foram presos.
- Os lictores trazendo os corpos (1789)
- Pintada nas vésperas da revolução;
- Mostrada um pouco antes da queda da Bastilha;
- Brutus considerado herói da república, tendo acabado com o regime brutal de um dos últimos reis de Roma, estabeleceu uma república romana;
- Descobre que os seus dois filhos estavam envolvidos na defesa da monarquia.
*Fiel às suas convenções políticas, condena os filhos á morte; - David demonstra o Desgosto e sofrimento da mulher e das filhas e a indiferença de Brutus (alguém que sacrifica tudo e todos pelos seus ideais, ou alguém que considera que o bem da República acima de tudo) a segunda ideia é mais correta na perspetiva de David;
- Figura ao pé de Brutus representa a república;
- Toda a mobília representada na obra é uma cópia de mobília que David viu, quando foi a Roma.
Fase Final de Jaques Louis David
- O juramento do Jogo da Péla
- Inicio de uma nova arte e fase de vida;
- Acontecimento real - Não há mais a representação de um episodio da História Greco-Romana;
- Episodio da história francesa;
*David está mais interessado na história contemporânea de França do que na História Antiga, acreditava que esta era tão ou mais importante que a História da civilização Greco-Romana
*História de grande importância porque marca a segunda fase nas temáticas do pintor, que deixa ter medo da censura e sente que a história francesa pós-revolução é tão grandiosa como as histórias da era clássica.
*Este quadro representa o juramento da Contituição, em que França deixa de ser uma monarquia absoluta. Destaca-se as linhas retas e as cores frias e sóbrias.
- A Morte de Marat (1793)
- Marat trabalhou em vários jornais era: “amigo do povo, transmitia as suas ideias políticas, reformas básicas para as camadas inferiores”;
- Tinha a confiança por parte do povo, torna-se um grande líder, ponte entre eles e o movimento radical;
- Liderou o movimento de ação dos girondinos por um certo tempo;
*Umas das três figuras de destaca juntamente com G. Dnaton, M. Robespierre, figuras de violência que sofreram mortes violentas;
*Estava numa banheira devido a ter contraído uma doença de pele enquanto escondido nas catacumbas, tinha de estar na banheira sempre;
*Foi morto por Charlotte de Corday, esta pediu para ser admitida ás duas dependências, entrou a dizer que tinha uma lista de traidores, em seguida pega na faca e esfaqueia Marat;
*Esta mulher, fazia parte do partido oposto de a Marat, decide cometer o crime após ser inspirada por discursos de ódio; - Este assassinato provoca enormes adversários, onde adversários de girondinos são mortos sendo acusados de traição;
- Desta forma, a composição é encenada, de forma a aincluír todos os sinais e pistas para a aidentificação e compreenção do acontecimento: a faca , a carta, a banheira, a ferida e o sangue.
- Marat era companheiro político de David, e após a sua morte David assume a tarefa de o imortalizar.
*O seu coração embalsamado e colocado numa urna e os seus restos mortais transportados para o panteão mais tarde.
*Nesta pintura é equiparado á figura de um santo;
*No jogo de claro escuro faz lembrar uma pintura do Barroco;
*Panos brancos com sagues faz lembrar a lamentação de cristo e a deposição deste no tumulo;
*Estilo oposto á religião, mas existe uma associação entre duas figuras uma não religiosa e outra religiosa, aproximação de Marat ao divino;
*É feita uma associação entre Marat e JC: - Faca no chão alusão á chaga de Cristo; - Cristo foi o primeiro sacrifício do Cristianismo; - Marat foi o primeiro sacrifício da revolução - Ambos traídos pelos seus, Cristo por Judas e Marat traído por uma revolucionária.
- Execução de Luís XVI
- Extremamente importante para toda a europa – período do terror, já tinha começado antes, episódios de terror e violência, com pessoas a ser mortas brutalmente e guilhotinadas.
*Impacto sentido por toda Europa;
*Gravura da decapitação do Rei – “mártir de igualdade”, em busca de igualdade mata o próprio Rei;
*Fim da monarquia e aparecimento da primeira república francesa, a morte do rei marca este início;
*República com moldes da república romana, uma certa oligarquia.
*É David com outros dois Jacobinos que condenam os Reis á morte, dando início a um período conturbado.
*Pessoas assassinadas e condenadas – tribunais arbitrários, pessoa condenadas á morte antes de serem julgadas
*Grande insegurança – Marat não foi morto por uma monárquica, começa uma suspeita quem é bom e quem é mau;
*O assassinato político de Marat não foi cometido por defensores de coisas opostas, foi assassinado por uma pessoa que queria a mesma coisa que ele, mas que pertenciam a outra fação revolucionária;
*Gerundinos contra Jacobinos; - Resultando numa guerra civil, estando França prestes a ser invadida por uma aliança feita entre alguns países da Europa com o objetivo de conquistar a França.
David e o Século XIX
- As Sabinas, pintado no final do seculo 18
*Pintura de grande dimensão, característica cada vez mais comum desta época;
*Figuras em tamanho natural, cria um impacto muito maior para o observador;
*Volta a ir buscar um episódio lendário da história de Roma, em que refere a história de que Roma terá sido fundada pela união de dois povos, latinos e sabinos. Onde agora é Roma habitavam estes dois povos, sabinos mais agricultores e mercadores, e os latinos brutos e agricultores
*Latinos raptam mulheres dos sabinos, devido á falta destas, os Sabinos reúnem um exército para ir busca-las. Quando estes chegam as sabinas já eram mães de vários filhos.
*Quando os dois exércitos estavam prestes a defrontar, as sabinas colocam-se no meio - afirmando “somos família temos que nos juntar e parar a guerra”;
*É uma história que fala de união, é a mensagem para os franceses, David diz para os franceses se unirem e acabaram com as diferenças, especialmente ente os partidos revolucionários;
*O cenário com a fortaleza está desfasado – na altura (das Sabinas) não havia uma estrutura destas, o perfil deste edifício faz lembrar o da Bastilha;
*Sendo a Bastilha um dos emblemas do início da revolução, tendo sido esta tomada pelo povo;
- Com esta obra David pretende dizer, “Lembram-se quando estavam unidos com os ideias da revolução conseguimos alcançar o que queríamos”.
- Século XIX
*Com a mudança do século, ocorre uma passagem para uma nova fase na pintura, uma nova fase da França.
*Madama Récamier (1805)
*Novo gosto do Neoclássico;
*Nota-se no mobiliário e na moda;
Todo muda muito, moda completamente diferente, vestuário feminino; Cabelo natural, não peruca (o que era típico da altura);
- Napoleão atravessando os Alpes (1801)
*Napoleão representado como o herói que França necessitava, acaba com as revoluções e com os motins. Acaba a guerra civil e os conflitos internos;
*Pára a coligação da Áustria, Prússia, Inglaterra e Rússia para conquistar França;
*Maior parte dos oficiais vinham da nobreza, grande parte deles foi guilhotinada ou fugiram; É Napoleão que reconstrói uma nova marinha - Cargos de chefia vão de acordo com experiência, e não pelo título;
*Nomes no chão comparam Bonaparte com Aníbal e Carlos Magno, todos atravessaram os alpes para, neste caso, invadir Itália.
- Coroação de Napoleão (1807)
*Pinta o seu maior quadro;
*Obra magnifica, maior retrato coletivo pintado da história da pintura;
*Napoleão coroa-se a si próprio e á imperatriz, única pessoa que não esteve no acontecimento e que está representada na obra é a mãe de Napoleão, a pedido do próprio;
*Pessoas à escala real;
*Napoleão (1812)
*Rodeado de mobiliário estilo império, do tempo de Napoleão;
*1812 – Domina quase toda a Europa;
Napoleão decide invadir a Rússia, o que se comprovou ser uma decisão trágica; Não consegue invadir Inglaterra; Nomeia David diretor da academia das artes, como se fosse um ministro desta área;
Da escultura e pintura, tudo tinha de passar pela opinião de David; * 1815, Napoleão é derrotado na batalha de Warterloo, e a França volta para a monarquia.
Declínio do Neoclássico
- A Cólera Aquiles ,1819
*A partir daqui o Neoclássico torna-se um estilo académico, muito forçado e teatral, nada da monumentalidade, ocorre uma decadência do estilo;
*Esta decadência é visível no quadro - Cólera de Aquiles (1819);
*Trata-se de uma obra muito artificial. Em 1820 vai para Florença
- Mars désarmé par Vénus (1824, ano em que o pintor morre)
*Último quadro do pintor, tendo sido terminado pelos seus discípulos,
*Figuras naturais e reais, pessoas concretas e reias, não há uma idealização; Ar fraco e artificial, decadência e academismo do Neoclássico; * Ingres um dos discípulos de David, vê-se na figura de Vénus, elemento típico das pinturas deste pintor.
Pintura Neoclássica - Jean-Auguste Dominique Ingres
- David fez parte do Neoclassicismo do século 18, defende este novo estilo desde o início, acompanhando as suas alterações ao longo do tempo. Especialmente quando Napoleão sobe ao poder e tornando o Neoclássico um estilo aceite pelo o estado. Com esta mudança, David deixa de ser um artista revolucionário.
*É David que representa a transição do Neoclássico do séc. 18 para o do séc. 19. Enquanto isso Ingres representa o Neoclássico do séc. 19, com contextos culturais e artísticos completamente diferentes do século 18.
*David tenta impor um estilo novo, enquanto isso, Ingres pretende continuar a vida de um estilo que já existia.
*Nasceu no sul de frança em Toulouse, onde foi estudar para a academia de artes de Toulouse, iniciando assim a sua formação artística com apensa 11 anos;
*Nesta academia, um dos seus professores foi Guillaume-Joseph Roques, um artista apaixonado pelo Renascimento, o que influenciou o trabalho de Ingres, criando assim a admiração deste por Rafael;
*Este gosto pela pintura italiana, também se devia ao facto de o sul de França uma grande influência italiana;
*Ingres demostrou ser um excelente aluno desde muito cedo, sobretudo a nível do desenho, este talento levou a que ganhasse o concurso da academia, ganhando uma bolsa que lhe permitiu ir estudar para Paris;
*Com apenas 17 anos parte para Paris, onde se matrícula na academia de Belas artes. É aqui onde conhece David, seu professor. Dando a origem a uma relação muito positiva entre os dois, David reconhece as qualidades de David, tornando-se o seu discípulo preferido.
*Com apensa 21 anos concorre ao famoso prémio de Roma, um concurso anual realizado pela Academia de Belas artes de Paris, a que todos os alunos finalistas podiam concorrer. Permitindo que o melhor aluno pudesse ir estudar 5 anos para a Academia de Belas Artes francesa em Roma - David concorreu a este concurso, ganhando-o á terceira vez
Primeiros trabalhos de Ingres
- Os embaixadores de Agamemnon na tenda de Aquiles (1801)
*“Os enviados de Agamemnon” – era o tema do concurso deste ano;
*Este quadro é claramente Neoclássico, devido á presença do nu masculino (idêntico ás esculturas greco-romanas);
*Observando-se também uma clara influência da pintura de David;
*Ingres ganha a bolsa com este quadro, mas esta é suspensa devido á guerra;
*Deste modo Ingres acaba por não ir para Roma.
*Bonaparte como primeiro Cônsul (1804) Ingres inicialmente foca-se em pintar retratos, contra a sua vontade
Infre aponta características da academia em Paris, existia uma hierarquia de temas – Temáticas históricas; “Mitologia” Greco-romana; Temas do antigo testamento; depois vinha o retrato, a paisagem, a pintura de género, as naturezas mortas, e por fim os pintores decorativos
Sua ambição era de ser um pintor histórico, como todos os outros, pretendendo também revolucionar este género de pintura, ou seja, não pretendia fazer retratos Nesta pintura Napoleão ainda não era imperador Ingres mostra as grandes qualidades como grande retratista, entre elas a sua capacidade de representar texturas de forma realista
*Neste período Ingres também vai desfrutar do aumento considerável da coleção do Louvre. O Louvre foi um dos primeiros museus do mundo ocidental, e um dos melhores museus do mundo, com a coleção mais diversificada. Este enriquecimento da coleção ocorre das campanhas de roubo realizados por Napoleão desde pela Alemanha, Itália, Espanha, Egito, etc.
*Tendo em conta que nesta época “não havia Internet”, este museu era uma das melhores formas de ver arte provinda de diferentes países, permitindo aos artistas e alunos ter contacto direto com diferentes obras de diferentes épocas.
*Mademoiselle Caroline Rivière (1806) Observamos uma enorme influência da pintura de Rafael; *Voltando também a observar-se uma grande mestria no tratamento das diferentes texturas;
*No ano seguinte pinta um enorme retrato de Napoleão, como imperador. Napoleão I (1806) *Brilhanticidade na representação das texturas, sendo as texturas uma coisa extremamente difícil de pintar, é neste aspeto que a pintura do Renascimento se diferencia do Norte ao Sul da Itália, por exemplo Rafael não se importava tanto com as texturas - Grande técnica; Napoleão sentado no seu trono;
- Quadro muito mal recebido pela critica da altura - Parecia algo da Idade Média ou do Gótico; O próprio David criticou este quadro, o que levou um grande desgosto por parte de Ingres; *Neste ano 1806, a bolsa é finalmente desbloqueada, e vai para Roma onde lá fica e decide não voltar por cerca de 20 anos;
*Vive na Villa de Medici onde se localizava a academia francesa em Itália; Este afastamento de Paris não é positivo para ninguém pois Paris era o grande centro de arte, mas como diversos outros artistas, Ingres decide mandar as suas obras para Paris
Obras de Ingres em Roma
- Édipo e a Esfinge
- Não muito bem-recebido;
*Erros em termos anatómicos;
Querendo revolucionar o estilo histórico, toma umas certas liberdades que na altura não são bem recebidas.
*A Banhista Valpinçon - 1808
*Ao contrário do que comumente se vê na arte clássica, o nu masculino, neste quadro é o nu feminino que ocupa um lugar primordial; *Não sendo considerada uma pintura de História, mas sim uma pintura de estudo ou pintura de género;
*É uma pintura que apela mais aos sentimentos do que ao racional; *Este quadro foge tanto aos temas clássicos, que nem aparenta ser neoclássico, aproximando -se mais do Romantismo. *É uma das obras mais importante, conhecidas e copiadas de Ingres; *Este tema é retomado 20 anos depois no quadro “Pequena Odalisca”, e cerca de 60 anos depois no “Banho Turco”; * Banho Turco (1862)
*Enorme quantidade de nu feminino integral e frontal
- Zeus e Tétis (1811)
- Pintura de história; Devido á desproporção na anatomia feminina a obra foi muito mal recebida; .Não era um erro, Ingres estava a tentar fazer algo novo.
- A Grande Odalisca (1814)
- Um dos mais conhecidos e famosos quadros de Ingres;
*Gosto romântico, ambiente intimista e oriental;
*Nu feminino
- Muito criticado.
Ao contrário dos outros nus femininos já feitos este não representa uma deusa, é uma mulher comum representada nua, algo escandaloso Vénus nua é normal, é pintura de história, mas uma mulher normal com a importância de uma Deusa era escandalosa
A volta de Ingres à França
- Em 1815 Napoleão é derrotado, é preso e isolado numa ilha e a França regressa á monarquia com o Rei Luís XVIII. Com isto os franceses em outros países são obrigados a regressar, consequências para Ingres, não a nível económico, mas a nível de clientes, pois a sua principal clientela era francesa, esta saída dos franceses levou a uma falta de clientela, começou a desenhar para turistas que passeavam por Roma.
- Retratos rápidos de rua;
*Muito procurados devido à sua similaridade com o modelo;
*Muda-se para Florença onde entra em contacto com artistas do Renascimento Italiano, sobretudo com a pintura de Rafael.
- “O voto de Luís 13” - 1824
Ingres acompanha a viagem deste quadro até Paris onde é exposto, sendo um quadro de grande importância; E é um sucesso enorme, tendo sido muito bem-recebido;
*Após as críticas positivas o pintor decide regressar definitivamente em França; *David já estava a viver em Bruxelas isolado e em 1824 morre, deixando o Neoclássico sem um líder, Ingres decide assumir esta posição; *Com isto deixa de seguir caminhos diferentes, deixa de experimentar, assumindo-se como neoclássico.
Apoteoso de Homero – 1827 Um manifesto artístico; Assume-se completamente como um conservador da doutrina e não um inovador; É nesta altura que começa também a aparecer um movimento oposto, o Romantismo; Por um lado Ingres, por outro Delacroix; É aqui que começa uma luta entre estes dois estilos
Ingres cria um atelier, onde é muito procurado, mais do que era na academia. Apologia do classicismo, e á sua volta um conjunto de figuras gregas e romanas e do renascimento, desde pintores, escultures, filósofos, dramaturgos. *Entretanto continua a fazer retratos; *Com grande perfeição e mestria.
Com o regresso da monarquia, volta uma nova classe media burguesa que se quer fazer representar, tornando-se estes uma das principais clientelas de Ingres, apesar de se dedicar aos retratos, não desiste da ideia de ser um pintor de historia.
Martírio de São Sinforiano
*Obra é violentamente criticada, Ingres reage mal e volta para Roma; *Ingres era alvo de críticas pois obrigava os seus alunos a seguirem o seu estilo;
*Começando a realizar pintura religiosa inspirada em Rafael; *Este isolamento não é benéfico para a sua carreira, regressando passado 2 anos para Paris;
*Onde começa a ter mais cuidado, dedicando-se acima de tudo ao retrato, abandonando temas históricos; *Retrata gente da classe média alta. Condessa de Haussonville - 1845
*Capacidade de representar com excelente qualidade técnica as textura e pormenores de objetos;
Função de retratar o estatuto social, económico, político, cultural, com as melhores joias vestidos e mais bonitas.
Romantismo
- Primeiro estilo que nasce na Idade Contemporânea, mas não é o primeiro estilo desta época, pois a Idade Contemporânea herda o Neoclássico da Idade Moderna.
*As bases teóricas do Neoclássico são na filosofia e teoria, o Romantismo é o contrário pois as suas bases são da literatura e poesia.
*Ao contrário de Winckelmann, o pai do Neoclássico, temos uma mãe no Romantismo, Anne-Louise Germaine de Staël-Holstein (1766 —1817), lança um movimento de tempestade de ímpeto, onde reúne um grande grupo de pessoas que dão origem ao Romantismo – era escritora. Escreve De’Allemagne – 1810 onde defende duas ideias:
*Embora a arte italiana