Critérios diagnósticos → mínimo de 2 alterados que podem ser na mesma amostra ou em amostras diferentes pois medem a glicose de maneira diferente e evitam o diagnóstico por hiperglicemia transitória, como em uso de corticoide ou infecção.
! critérios para Pré-Dm necessita de APENAS 1 resultados alterado para diagnóstico !
*proposição para nomear Pré-DM para hiperglicemia intermediária
Glicemia Jejum
<99 = normal
100-125 = Pré-DM
>126 = DM
>200 + sintomatologia = DM sem necessidade de repetir exame.
TOTG de 2 horas → feito se apenas 1 dos exames estiver alterado e paciente tiver fatores de risco.
<140 = normal
140-199 = Pré-DM
>200 = DM
HbA1c
<5,7% = normal
5,7 - 6,4% = Pré-DM
>6,5% = DM
→ TOTG de 1h foi introduzido ao SBD em 2023 porém uso ainda é mínimo. Foi recomendado usar para pacientes de alto risco.
TOTG de 1 hora
<155 = normal
155 - 208 = Pré-DM
>209 = DM
Rastreio
Assintomáticos a partir dos 35 anos (3-3 anos)
Sobrepesos/obesos + FR independente da idade → individualiza periodicidade do rastreio
→ FR: HF, etnias (afrodescendentes, hispânicos, latinos), SOP, cardiopatas, HAS, HDL <35, TG >250, HIV, sedentarismo, acantose nigricans.
Continuidade
sem sintomas com 1 critério → semestral
Pré DM; exames normais e 3 FR; exames normias e FINDRISC alto/muito alto → anual
exames normais e < 3 FR; exames normais e FINDRISC baixo/moderado → trianual
Remissão
A possibilidade de remissão do diabetes acentua a importância do Pré-DM pois demonstra que é possível retornar ao normal com ou sem medidas farmacológicas e sempre com mudanças de hábitos de vida. É um “aviso”.
Remissão = glicose normal por no mínimo 3 meses sem uso de hipoglicemiantes.
Complicações Macrovasculares → estão relacionadas à doença aterosclerótica
Doença aterosclerótica coronariana
Doença cerebrovascular
Doença arterial periférica
Complicações Microvasculares → pesquisa desde 1a consulta
Retinopatia → encaminha para oftalmologia
Nefropatia → creatinina, TFG, urina rotina (proteinúria)
Neuropatia
Comorbidades
HAS
IC
Obesidade
Dislipidemia
Doença Hepática Metabólica
Sedentarismo
Tabagismo
Complicações crônicas
Doença ocular diabética
Nefropatia
Neuropatia
Osteodistrofia diabética
Doença Cardiovascular (coronariana, cerebrovascular, periférica)
TRATAMENTO DE PRÉ-DM
Objetivo → PREVINIR a DM2, não é normalizar a glicose. Embora a normalização possa acontecer como consequência de uma boa terapêutica e adesão.
! o tratamento não-farmacológico é a BASE de todos tratamentos de DM2 e sempre deve ser indicado → consegue diminuir 1Ac em até 2% !
→ a diminuição da Hb1Ac age apenas na melhora de desfechos microvascualres, já os macrovasculares precisam de outras ações (ex: mudança de hábito de vida). LOGO, metformina não substitui tratamento não-farmacológico.
→ Quando começar tratamento farmacológico:
25-69 anos
IMC > 35
GJ > 110
Hb1Ac > 6%
DMG prévio
→ Apenas 30% das Pré-DM se tornam DM2
→ A meta para Pré-DM é no máximo 6%, abaixo disso há alto risco de hipoglicemia.
Efeito Legado (para DCV) → Quanto mais rápido o tratamento intenso é iniciado, melhor o desfecho da doença para o RESTO DA VIDA do paciente. Dessa maneira, é preciso equilibrar a intervenção e a qualidade de vida.
TIR [Time In Range] → A medida de tempo em que a glicose fica dentro da faixa-alvo ideal. É 70-180mg/dL. Usado quando há monitorização contínua.
→ A variabilidade de glicose também demonstrou ter alto efeito lesivo na camada endotelial vascular.
! As complicações macrovasculares já começam na Pré-DM, enquanto as microvasculares são EXCLUSIVAS da diabetes !
Hipoglicemia
N1 → <70
N2 → <54
N3 → alteração de estado mental, precisa de ajuda de terceiros para se recuperar.
TRATAMENTO DE DM2
Metas
Hb1Ac → <7% (porém pode variar conforme o paciente e seu risco de hipoglicemia, ex: idoso frágil é <8%).
6,5% → paciente de baixo risco, boa saúde, funcionalidade e poucas ou nenhuma comorbidade
7% → Maioria dos pacientes adultos
7,5% → Maioria dos pacientes idosos
8% → Idosos com problemas complexos ou saúde intermediária
Sem meta → Idosos com saúde complexa, saúde baixa OU pacientes com expectativa de vida limitada.
ADA 2025
Glicemia pré-prandial → <100
Glicemia pós-prandial → <160
TIR → 70-180mg/dL
→ A meta da gestante é a unica Hb1Ac <6% pois melhora desfecho materno-fetal, outros testes tem como meta os valores de normalidade.
→ Hb1Ac = glicemia média de 154. Logo resultados de diário de glicemia tem que bater com a média.
Tratamento Não Farmacológico (TODOS)
Mudança de estilo de vida
Dieta → tem uma dieta padrão para início.
Exercício Físico → 150 minutos por semana, nunca menos de 30 minutos por sessão e tentar não passar mais de 2 dias sem fazer.
Higiene do Sono
! TODOS PACIENTES COM DM2 DEVEM USAR METFORMINA !
Escolha do Medicamento
→ 6 Ps: Patogênese (resistência a insulina ou queda da secreção de insulina); Potência (impacto na glicose, peso e proteção cardiorrenal), Preucações (contra-indicações e efeitos adversos); Plus (impacto no peso, ACV, função renal, fígado e ossos), Praticidade (modo de uso), Preço.
Secretagogos → Sulfoniureias e Incretínicos
1.1. Incretínicos → IDPP4 e A-GLP-1 [A vantagem dos incretínicos é que eles são glicose dependentes, logo só liberam insulina se há hiperglicemia o que impede quedas hipoglicêmicas.
Semaglutida - Ozempic
Dulaglutida - Trulicity
Liraglurida - Victoza
*Agonista de GLP1/GIP → Tirzepatida (Mounjaro), ainda não disponível no Brasil
1.2. Sulfoniureias → têm alto risco de hipoglicemia, primeira escolha deve ser a Glicazida MP (menor risco de hipoglicemia).
CI: IR, IC, acidose, IH, IP
Metformina (biguanidas) → diminui produção de glicosse pelo fígado (faz hiperglicemia de jejum) e diminui resistência a insulina periférica
Metformina XR → prolonga a liveração por capsula que sai nas fezes, diminuindo os principais efeitos adversos (TGI)
Deve-se fazer controle anual da Vit. B12 pois medicação afeta a absorção.
ISGLT-2 → reduz reabsorção renal da glicose, provoca glicosúria.
EA: aumento de infecções genitourinárias, aumento do risco de cetoacidose diabética
Dapaglifozina - Forxiga
Pioglitazona EA → IC III/IV aumenta taxa de internação, aumento de taxa de fraturas.
Não devem ser associados → Insulina + Secretagogos ; IDPP4 + AGLP-1
Potência: [mais] A-GLP-1 ; ISGLT-2 ; Metformina ; Glitaozna ; Sulfoniureia ; IDPP4 [menos]
Plus
Obesidade → A-GLP-1 ; A-GLP-1 + GIP ; ISGLT-2 e Metformina (baixa evidência)
HAS, IC e DVC → A-GLP-1 e ISGLT-2
Doença Hepática Metabólica → Pioglitazona ; A-GLP-1 ; A-GLP-1 + GIP ; ISGLT-2
→ DM2 + Doença Cardiovascular Aterosclerótica
Iniciar já com terapia dupla → Metformina + AGLP1 ou ISGLT2
Se meta não é cumprida, inciar terapia tripla com esses três
→ DM2 + Insucificiência Cardíaca
Iniciar com terapia dupla → Metformina + ISGLT2
Se meta não é cumprida, iniciar terapia tripla → Merformina, ISGLT2 + A-AGLP-1
CI → Pioglitazona e Saxagliptina não devem ser dadas a IC
Exceções: A metformina não edve ser usada em pacientes instáveis, logo é CI se TFG <30, ou se IC é aguda ou se IC IV.
→ DM2 + Doença Renal
TODOS devem usar IECA ou Bra → suspender se Hiper K ou TFG cair >30%
TFG < 60 + RAC >30 → ISGLT2 + IECA/Bra + Metformina
Metformina só é indicada até TFG de 30, abaixo disso recomenda-se IDPP-4 ou Insulina.
Insulina para DM2
Sintomatologia (poliúria, polidpsia, perda de peso, polifagia)
HbA1c > 9% ou GJ >250
→ O uso pode ser transitório!
Tratemento Cirúrgico
→ Cirurgia bariátrica: para tratar obesidade
→ Cirurgia metabólica: para tratar síndrome metabólica (são o mesmo procedimento)
FISIOLOGIA
→ Em jejum, a glicose tem produção predominantemente hepática e levemente renal.
→ Insulina tem ação anabólica
Fígado: inibe glicogenólise e gliconeogênese
Músculos: promove captação da glicose
T. Adiposo: Inibe a lipólise.
EFEITOS ADVERSOS
Hipoglicemia
Lipodistrofias
Ganho de peso
Reações alérgicas
METAS DM1
< 6,5% se:
Baixo risco de hipoglicemia
Não piora qualidade de vida
Não sobrecarrega o cuidado da diabetes
Em fase de remissão (Lua de Mel)
Fase de Lua de Mel: período aproximadamente 3 meses após início da insulinoterapia que há remissão parcial da DM1, ou seja, normalidade dos níveis glicêmicos com baixa quantidade de insulina terapêutica. Tem duração média de 10 meses.
DT: <0.5 UI/kg/dia
< 7,5% se:
Hipoglicemia assintomática ou incapacidade de perceber hipoglicemia
Histórico de hipoglicemia grave
Falta de acesso aos análogos de insulina
Falta de acesso a sistemas avançados de liberação de insulina
Impossibilidade de monitorização glicêmica regular
Impossibilidade de monitorização contínua de glicose
Alvos glicêmicos menos rígidos se:
Menor expectativa de vida
Comorbidades limitantes → Neoplasia avançada, doença cardiovascular, doença renal do diabetes avançada.
Risco de hipoglicemia grave
Função cognitiva comprometida
Capacidade funcional comprometida
[ambas visam o menor risco de hipoglicemia]
INSULINA BASAL IDEAL: longa duração sem pico. (faz cair antes de dormir até acordar de 40-60mg)
INSULINA BÓLUS IDEAL: ação rápida e término rápido
FARMACOCINÉTICA
→ possíveis modos de ação: Ultralenta, Lenta, Intermediária, Rápida, Ultrarrápida, *Ultra-Ultrarrápida
Ultralentas
Degludeca → Início em 30-90 minutos, não tem pico, dura entre 36-42h e pode ser usada a partir de 1 ano de vida
Glargina U-300 → Início em 2h, não tem pico e dura 36 horas. Pode ser usada a partir de 18 anos.
Lentas
Glargina U-100 → Início em 2h, não tem pico e dura 20-24h. Pode ser usada a partir dos 2 anos.
Orientação aplicar sempre no mesmo horário.
Detemir → Início em 3-4h, não tem pico e dura 13-20h. Pode ser usada a partir de 2 anos e em gestantes.
Intermediária
NPH → Início em 2-4h, pico em 6-8h e dura 12-18h. É usada como insulina basal, sendo aplicada de 2-4x/dia.
Orientação é aplicar logo antes do café da manhã.
Rápida
Regular → Início em 30 minutos (5 se EV), pico em 2-3h e dura 4-6h. Sua administração é endovenosa (???)
Ultra-Rápidas
Lispro, Asparte e Glulisina → têm início em 5-15 minutos, pico em 30-90 minutos e duram 4-6h. Podem ser usadas em crianças e gestantes (exceto Glulisina)
(Lispro e Asparte podem ser administradas com canetas com meia unidade e todas ultra-rápidas tem administração endovenosa e em bombas)
O melhor tempo de aplicar essas insulinas é 10-15 minutos antes da refeição.
Ultra-Ultrarrápida (É a que mais se aproxima da insulina endógena)
FIASP [Asparte UR] → Início em 2-5 minutos, pico em 1-3h e dura 5 horas. Sua utilização pode ser PÓS-PRANDIAL ou DURANTE.
→ Para a segurança de idosos e nenéms, a insulina Pós-Prandial evita riscos de hipoglicemia caso haja recusa alimentar.
PLANOS DE INSULINOTERAPIA INJETÁVEL
Preferível: Múltiplas doses de insulina com análogos de ação longa + análogos de ação rápida ou ultra-ráida (Problema: $$$)
Outros: Múltiplas doses de insulina com NPH [preferível aplicar 3x, metade antes do café, ¼ meio dia e ¼ antes de dormir] + análogos de ação rápida ou ultra-rápida OU Múltiplas doses de insulina NPH + Regular OU pré-misturadas (Problema: risco de hipoglicemia)
BOMBAS DE INSULINA
→ Infusão subcutânea de insulinas ultra-rápidas (Lispro, Asparte e Glulisina) e Fiasp.
→ Indicações:
Hipoglicemias
Fenomêno do Alvorecer → aumento fisiológico de cortisol e GH aumentam glicemia.
Gestantes
Gastroparesia
Crianças
Estilo de vida “sem rotina”.
DOSE DIÁRIA TOTAL: 0,5UI/kg/dia (50% basal e 50% bólus → 10-20% por refeição)
Aumenta a necessidade de insulina: puberdade, final de gestação, medicamentos (corticóide), doenças intercorrentes, hipertireoidismo, Cushing, estresse.
Diminui a necessidade de insulina: DRC, Fase de Lua de Mel, Hipotireoidismo, Má absorção intestinal, insuficiência adrenal
DM2 → 0,1-0,2UI/kg/dia
→ Considerações para Bólus Prandiais
Qual a glicemia pré-prandial? → Correção de bólus
O que será ingerido? → Contagem de carboidratos ou dieta pouco variável.
Quantos UI de insulina cobrem Xgr de CHO? → Contagem de carboidratos
Quantos UI de insulina fazem glicemia cair? → Correção de bólus.
CORREÇÃO DE BÓLUS
A correção de bólus leva em conta o Fator de Sensibilidade (quanto 1UI de insulina abaixa na glicemia), a glicemia medida pré-prandial e a glicemia alvo (costuma ser 100).
Calcular Fator de Sensibilidade:
1800/Dose Diária Total de Insulina (0,5UI/kg/dia)
Calcular Correção:
Glicemia medida - Fator de Sensibilidade / Fator de Sensibilidade
Ex: Paciente de 70kg com glicemia pré-prandial de 170, alvo é de 120.
1800/35 = 50
170-120/50 = 0.9
BÓLUS ALIMENTAÇÃO
Regra Geral: a proporção de UI:CHO é 1:15g.
400/DDT é a contagem mais fidedigna.
Existem tabelas com quantidade de CHO em alimentos comuns, como 1 copo de leite (12g) e pão integral (12g)
Ex: Paciente de 70kg com glicemia pré-prandial de 170, alvo é de 120. Irá comer 1 copo de leite e 2 fatias de pão integral.
1800/35 = 51
170-120/51 = 0.98 → Bólus correção.
Bólus alimentação: 1UI:15g → 12+24 = 36g CHO → 36/15 = 2,4UI
Correção + Alimentação: 2,4 + 0,98 = 3,38 UI
Arredonda para baixo → 3UI.
! Se Glicemia pré-prandial for menor que a glicemia alvo, o valor será negativo e deve-se SUBTRAIR do valor do bólus alimentação !
Regra Geral Adultos → 1 UI para que cada 50mg acima da glicemia alvo (100mg)
→ subir 40-60mg após alimentação está adequado.
TRATAMENTO NÃO INSULÍNICO PARA DM1
→ Não existe evidência científica
→ ISGLT2 são contra-indicados para DM1 pelo alto risco de cetoacidose
TRANSPLANTE EM DM1
Transplante de ilhotas
Transplante de Pâncreas
Transplante duplo: Pânceas e Rim → É o mais usado.
INSULINOTERAPIA EM DM2
Início é apenas com basal 0,1-0,2UI/kg/dia ASSOCIADO ao tratamento não-insulínico (exceto sulfoniureias)
Se a dose precisar ser aumentada e chegar a 0,5UI/kg/dia deve-se considerar associar A-GLP-1 antes de começar bólus.
Degludeca + Liraglutida
Glargina U100 + Lixisenatida
Se A-GLP-1 não forem possíveis ou ineficazes, iniciar tratamento basa/bólus.
→ Indicações para insulinoterapia em DM2
Falência de Células Beta → emagracimento, 4ps (poliúria, polidipsia, polifagia, perda de peso)
Descompensações agudas
Internações
Cirurgias
Gravidez
Insuficiência Renal
Insuficiência Hepática
Sintomático ao diagnóstico + GJ > 300 e/ou A1c >10% e/ou cetonúria/cetonemia
Sintomático + GJ>250 e A1c >9%