Censura: Impossibilidade de expressar opiniões.
PIDE: Polícia política que perseguia opositores com torturas físicas e psicológicas, resultando em presos políticos.
Guerra Colonial: Envolvimento em guerras em Angola, Guiné e Moçambique, levando a isolamento internacional e emigração forçada.
Falta de direitos: Ausência de eleições livres, a União Nacional como único partido, e uma Constituição que não garantia direitos básicos como educação, saúde, trabalho e habitação. Manifestações eram proibidas.
Descontentamento generalizado em um país sem liberdade sob o Estado Novo.
Diminuição dos investimentos na indústria.
Aumento da inflação e das despesas com a Defesa, agravando as condições de vida da população.
Agudização da tensão política devido à manutenção do autoritarismo e da Guerra Colonial.
Oposição do Movimento das Forças Armadas (MFA).
Em 1973, a oposição ao governo de Marcelo Caetano cresceu devido à falta de resposta aos desafios do país, resultando no surgimento do MFA.
O MFA, liderado pelo major Otelo Saraiva de Carvalho, planejou uma operação para derrubar o Estado Novo em 25 de abril de 1974, com o apoio de várias unidades militares.
Cercado no Quartel do Carmo pelo capitão Salgueiro Maia, Marcelo Caetano se rendeu ao general António de Spínola e foi exilado para a ilha da Madeira e, posteriormente, para o Brasil.
A presença de populares nas ruas de Lisboa apoiando a revolução impediu o uso de armas, tornando a revolução pacífica, simbolizada pelos cravos vermelhos nos canos das espingardas.
Formação da Junta de Salvação Nacional (JSN), presidida pelo General Spínola, para governar o país até a formação de um governo provisório.
Medidas imediatas da JSN:
Extinção da PIDE, da Legião Portuguesa e da Mocidade Portuguesa.
Abolição da censura.
Reconhecimento da liberdade de expressão e de pensamento.
Libertação dos presos políticos.
Nomeação do governo provisório, chefiado por Adelino da Palma Carlos.
O poder foi transferido para António de Spínola, que presidiu à JSN, criada pelo MFA para dirigir o país.
Desmantelamento das estruturas do Estado Novo e libertação dos presos políticos.
António de Spínola foi nomeado Presidente da República em 15 de maio.
O I Governo Provisório vigorou até julho de 1974.
O dia 1 de maio foi estabelecido como feriado nacional pela primeira vez em Portugal.
Após a Revolução, o poder político dividiu-se em duas fações.
Spínola abdicou da presidência, abrindo caminho à radicalização do processo democrático.
Em 11 de março de 1975, Spínola liderou um golpe militar fracassado, forçando-o ao exílio.
Após o golpe de 11 de Março, o Conselho de Revolução iniciou o PREC para implementar o socialismo em Portugal, através da nacionalização de empresas e da banca e da Reforma Agrária.
A aproximação à ideologia comunista intensificou o confronto entre as forças políticas.
As eleições para a Assembleia Constituinte em 25 de abril de 1975 deram a maioria ao Partido Socialista.
A opção política dos portugueses agravou as tensões políticas e ideológicas, marcando o "Verão Quente" com manifestações e tumultos.
No verão de 1975, ocorreram atos terroristas, greves e manifestações, com sedes de partidos sendo assaltadas.
Grupos de ação política de direita atuaram como uma rede bombista.
Um grupo de paraquedistas apoiantes de Otelo Saraiva de Carvalho ocuparam setores militares em Lisboa.
As forças militares lideradas pelo general Ramalho Eanes impediram o golpe das forças radicais, pondo fim ao PREC.
Iniciou-se a estabilização do regime democrático.
Em 2 de abril de 1976, a Assembleia Constituinte aprovou a nova Constituição, que:
Definiu os princípios básicos do Estado democrático.
Restituiu os direitos e liberdades fundamentais.
Instituiu o sufrágio universal.
Determinou a descentralização, através da criação do poder autárquico.
Presidente da República: Representa a República, eleito por mandatos de cinco anos, com poder para dissolver a Assembleia, nomear o Primeiro-Ministro e demitir o governo.
Governo: Responsável por governar, constituído pelo Primeiro-Ministro, ministros e secretários de Estado.
Assembleia da República: Elabora e fiscaliza o cumprimento das leis.
Tribunais: Administram a justiça.
A Constituição de 1976 consagrou a descentralização administrativa para o poder local, o poder autárquico e para as regiões autónomas da Madeira e dos Açores.
Em julho de 1974, António de Spínola declarou o reconhecimento do direito à autodeterminação das colônias.
Portugal foi incapaz de defender os seus interesses e os dos portugueses no Ultramar.
Entre 1974 e 1977, cerca de meio milhão de portugueses retornaram a Portugal devido à violência e insegurança nas colônias, tendo de recomeçar a vida.
O processo de descolonização foi iniciado em julho de 1974, com a negociação dos termos de entrega das colônias aos movimentos de libertação.
A Constituição de 1976 garantiu os direitos e liberdades individuais:
Igualdade perante a lei.
Liberdade de expressão, associação, opinião e reunião.
Direito à greve.
Direito ao trabalho, à proteção social e à segurança social.
Direito à educação.
Direito ao voto.
Presidente da República:
Mandatos de 5 anos.
Funções: Nomear ou demitir o primeiro-ministro, aprovar ou vetar as leis da Assembleia, comandar as Forças Armadas.
Governo:
O primeiro-ministro escolhe os restantes membros (Ministros e Secretários de Estado).
Funções: Executar as leis, dirigir a Administração Pública.
Assembleia da República:
Mandato de 4 anos.
Funções: Fazer as leis, aprovar ou reprovar o programa do Governo, fiscalizar a actividade do Governo.
Tribunais:
Os juízes julgam os que não cumprem as leis.
Cidadãos eleitores (maiores de 18 anos) elegem os membros da Assembleia da República.
Regiões Autónomas (Açores e Madeira):
Assembleia Regional: Fazer as leis próprias de cada região autónoma.
Governo Regional: Executar as leis.
Poder Local:
Assembleia de Freguesia: Funções deliberativas.
Junta de Freguesia: Funções executivas.
Assembleia Municipal: Funções deliberativas.
Câmara Municipal: Funções executivas.
Cidadãos eleitores de cada região autónoma elegem os órgãos de poder das regiões autónomas.
Cidadãos eleitores da freguesia elegem os órgãos do poder local.
Poder Executivo: Presidente da República (eleito por 5 anos) e Governo (nomeado de acordo com os resultados das eleições legislativas).
Poder Legislativo: Assembleia da República (eleita por 4 anos).
Poder Judicial: Tribunais (juízes e jurados).
Eleitores exercem o sufrágio universal.
A instabilidade revolucionária após o 25 de abril agravou as dificuldades econômicas, aumentando a dependência de Portugal em relação ao estrangeiro.
Com a adesão à CEE em 1985 (efetivada em 1 de janeiro de 1986), Portugal teve que modernizar-se.
O Mercado Único Europeu (a partir de 1993) implicou a livre circulação de pessoas, capitais e bens.
Os governos recorreram a empréstimos do FMI, implementando medidas de austeridade:
Redução da despesa pública.
Desvalorização do escudo.
Aumento dos impostos.
Diminuição do consumo.
Redução de salários.
O mundo contemporâneo apresenta profundos desequilíbrios, com forte domínio da tríade econômica: EUA, União Europeia e Sudeste Asiático.
Após o desmoronamento do mundo comunista, os EUA se afirmaram como a única superpotência político-militar.
Alguns analistas consideram que a Guerra Fria não terminou, devido ao papel da Rússia no campo militar.
Multiplicação de organizações terroristas comprometidas com a Jihad contra o Ocidente.
Conflitos regionais nos quais os EUA intervêm, impondo-se como "polícias do mundo".
A partir dos anos 1990, os EUA realizaram intervenções militares em diversos conflitos regionais.
O fim da URSS definiu uma "nova ordem mundial", com os EUA emergindo como a única superpotência político-militar.
Em 2001-2003, os EUA possuíam mais de 730 bases militares em mais de 50 países.
A guerra do Afeganistão, iniciada em 2001 com o objetivo de capturar Ossama Bin Laden, tem sido desgastante para os EUA.
As ditaduras na América, África e Ásia cederam lugar a regimes democráticos multipartidários, devido a pressões internacionais.
A democracia tornou-se prioridade para organizações internacionais.
O terrorismo ameaça a paz mundial, com atos violentos perpetrados por movimentos como a Al-Qaeda.
A intervenção militar americana no Médio Oriente e o apoio a Israel intensificam a violência.
As intervenções no Iraque e no Afeganistão suscitaram contestação mundial.
O fim da Guerra Fria e da URSS promoveu o capitalismo, com exceção de alguns países.
Empresas multinacionais deslocalizaram-se para países menos desenvolvidos, gerando desemprego nos países desenvolvidos.
A informatização e robotização das fábricas aumentaram o desemprego.
A internet tornou-se uma ferramenta essencial na globalização, facilitando a comunicação e o comércio global.
Em janeiro de 2021, 4,66 bilhões de pessoas usavam a internet diariamente, e 5,22 bilhões possuíam dispositivos móveis.
Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (BRICS) emergiram como potências, desafiando os EUA e a União Europeia.
Os BRICS são um grupo político de cooperação em um estágio similar de mercado emergente.
A China se destaca com um dos maiores PIBs do mundo, atraindo empresas devido à mão de obra barata.
A tríade (EUA, Japão e UE) concentra o poder econômico e financeiro mundial.
Países emergentes crescem rapidamente, beneficiando-se da globalização.
Os "dragões" e "tigres" asiáticos industrializaram-se rapidamente, beneficiando-se da deslocalização de indústrias e mão de obra barata.
A integração de Portugal na CEE em 1986 permitiu a transferência de fundos investidos na modernização do país.
Construção de infraestruturas como autoestradas e estações de tratamento de resíduos.
Incentivo à formação profissional e criação de novas indústrias, como a Autoeuropa.
Construção de parques eólicos, reduzindo a dependência energética.
Concorrência nas pescas e restrições na quantidade de peixe pescado.
Positivas: Consolidação da democracia, acesso a fundos comunitários, modernização e desenvolvimento da economia.
Negativas: Retração da agricultura e das pescas.