As origens da civilização helénica (grega) encontram-se nas culturas minoica e micénica.
Entre os séculos VII e VI a.C., a civilização grega desenvolveu um processo cultural original, fundado no pensamento racional, que influenciou a sociedade, a vida pública, as crenças religiosas e a arte.
Períodos da Civilização Grega:
Período Arcaico (700-500 a.C.):
Consolidação política das cidades-estado.
Prosperidade económica.
Proliferação da atividade artística.
Período Clássico (500-323 a.C.):
Apogeu económico, político e cultural das cidades gregas (Atenas).
Introdução do racionalismo no ordenamento da cidade.
Afirmação do ideal clássico de beleza e perfeição.
Helenismo (323-30 a.C.):
Fusão de várias culturas; dissolução gradual da cultura grega.
Expansão da cultura sob responsabilidade dos Romanos.
2. Modelo da Cidade Grega (Pólis)
A partir do século V a.C., Atenas definiu o modelo de urbanismo ocidental.
A pólis era formada por cidadãos (homens livres) que habitavam e governavam o território.
Apenas homens nascidos em Atenas, filhos de pai e mãe atenienses, eram considerados cidadãos de pleno direito.
A cidade caracterizava-se pela diferenciação funcional, organizando-se em zonas específicas (políticas, administrativas, religiosas, comerciais, residenciais, etc.).
A organização da cidade compreendia três grandes áreas: Sagrada, Pública (Ágora) e Privada.
Área Sagrada
Constituída pelos principais templos e santuários.
Recinto sagrado, muralhado, situado no local mais elevado da cidade.
Área Pública (Ágora)
Centro da vida da Pólis.
Praça pública onde se realizavam as atividades políticas e económicas, o mercado, as assembleias, integrando teatros, estádios e a stoa.
Área Privada
Formada pelos bairros residenciais normalmente organizados sem distinções de classes sociais.
3. A Ágora: Um Espaço Público da Cidade
A ágora era o centro da vida política, económica, social e cultural da pólis.
A ágora de Atenas desempenhou um papel fundamental na consolidação da democracia e da política da cidade.
Era o lugar do exercício da cidadania, da liberdade e da democracia.
À volta da ágora situavam-se os edifícios mais importantes da cidade, destinados às funções administrativas, judiciais, legislativas, comerciais e religiosas da pólis.
Edifícios Importantes:
Areópago: Conselho judicial e político que julgava os crimes públicos.
Buleutério: Edifício em anfiteatro onde se reunia a assembleia dos cidadãos para debater os assuntos políticos da cidade.
Stoa: Edifício alongado com uma extensa galeria, destinado a funções diversas (comércio, exposições artísticas, cerimónias religiosas), aberto ao público.
Templos, santuários e altares dedicados a deuses e heróis.
No templo de Péricles (séc. V a.C.), a sociedade Ateniense era formada por três grupos sociais: os cidadãos, os metecos (estrangeiros residentes em Atenas) e os escravos.
Apenas os cidadãos (homens) tinham plenos direitos, podiam ser proprietários de terras e participar na vida política da cidade.
4. Arquitetura
A arquitetura procurava atingir a harmonia entre o Homem e a Natureza, o equilíbrio entre a sociedade e o universo, a união entre o Homem e os Deuses.
A arquitetura refletiu um sistema racional, fundado nas leis da matemática, da geometria e do pensamento racional.
A principal expressão da arquitetura grega foi o templo e as ordens arquitetónicas, sobre os quais incidiram as pesquisas técnicas, morfológicas e estilísticas.
O templo é um objeto arquitetónico com um forte carácter estético, destinado a ser contemplado do exterior.
Concebido como morada dos deuses, é no templo que se concentra a procura de racionalidade, da perfeição e do belo.
O Templo Grego
No traçado do templo são aplicadas as noções de ordem, proporção e harmonia.
Estrutura do templo:
Cella ou Naos: Habitáculo da divindade.
Pronaos: Pórtico que antecede a naos.
Opistódomos: Câmara do tesouro da cidade, para oferenda aos deuses.
Estilóbata: Superfície sobre a qual o templo está assente.
Estereóbata: Superfície escalonada.
Peristilo: Conjunto de colunas que circundam o edifício e suportam o entablamento.
Colunas in Antis
Tipos de templos:
Tetrástilo: 4 colunas na fachada.
Pentástilo: 5 colunas na fachada.
Hexástilo: 6 colunas na fachada.
Octástilo ou octóstilo: 8 colunas na fachada.
Decástilo: 10 colunas na fachada.
Dodecastilo: 12 colunas na fachada.
As Ordens
Ordem Dórica (séc. VII a.C.):
Mais simples, com um fuste talhado com caneluras em aresta viva e o capitel em formato troncocónico.
Aspeto robusto e sóbrio, sem motivos ornamentais, associado ao carácter masculino.
O fuste assenta diretamente no estilóbata.
Ordem Jónica (séc. VI a.C.):
Associado ao espírito feminino, apresenta proporções mais esbeltas, elegantes e com motivos decorativos.
A coluna possui base, as caneluras do fuste são semicilíndricas e o capitel é desenhado em forma de volutas enroladas em especial.
O friso é contínuo e com decoração esculpida.
Ordem Coríntia (séc. IV a.C.):
Evolução da ordem jónica.
Proporções esbeltas e elegantes, o fuste decorado com caneluras semicilíndricas, mas o capitel apresenta uma decoração mais exuberante com folhas de acanto, coroadas por voltas jónicas.
O entablamento e o frontão também apresentam motivos decorativos.
Integra-se no espírito mais ornamentado que caracterizou o séc. IV a.C.
5. A Escultura
Período Arcaico:
Os artistas gregos pesquisaram a proporção, a harmonia e um ideal de beleza aplicados à morfologia do corpo humano.
Marcado pelos Kouroi (plural de Kouros, representações heróicas) e pelas Korai (plural de Koré, imagens destinadas a serem colocadas nos santuários ou túmulos), figuras representadas num estilo hierático, sóbrio e frontal, que sugeria alguma expressividade.
Estilo Severo:
No séc. V a.C., a figura humana começa a apresentar movimento e um maior domínio das proporções; a sua expressão austera, séria e contemplativa faz designar estas estátuas de estilo severo.
O domínio da fundição de bronze também favoreceu a representação de figuras de atletas e divindades de acordo com o novo gosto.
A mitologia e as façanhas fantásticas de deuses e heróis dominam a temática da escultura.
Período Clássico:
A escultura atinge o seu expoente com uma série de obras-primas, executados por Fídeas, onde dominava o movimento, a expressividade e o naturalismo das figuras.
Nascimento do cânone a partir do Policleto e Praxíteles:
Harmonia entre as partes anatómicas.
Ligeiro movimento de ombros e quadris, o contraposto.
Altura do corpo igual a sete vezes a altura da cabeça.
Helenismo:
Durante o Helenismo, o interesse dos artistas dirigiu-se à expressão de paixão, de sentimento e do afeto, ou seja, à exteriorização das emoções, dando preferência a composições complexas, desequilibradas e com uma acentuada expressão dramática.
6. A Cerâmica
Estilo Geométrico:
Decoração com motivos e padrões geométricos: linhas retas, quebradas e onduladas, triângulos e losangos, ziguezagues e suásticas, etc.
A partir do século VIII a.C., introdução de animais e figuras humanas em silhuetas estilizadas.
Estilo Arcaico:
Fase orientalizante:
Cenas de carácter mitológico.
Representação de animais mitológicos com figuras mitológicas híbridas.
Aplicação de decoração vegetalista.
Técnica da incisão para definição de detalhes e elementos expressivos.
Figuras negras:
Elementos figurativos a negro sobre o fundo vermelho do barro.
Figuras traçadas em silhueta estilizada; pormenores definidos com a técnica de incisão de estilete.
Temas mitológicos.
Maior naturalismo e expressão.
Período Clássico:
Figuras vermelhas:
Fase de elevada qualidade técnica, plástica e expressiva.
Fundo pintado a negro com elementos figurativos a vermelho.
Naturalismo das figuras e dos cenários de enquadramento.
Temas mitológicos, cortejos e cenas do quotidiano.
Funções:
Deposição das cinzas dos defuntos.
Armazenamento de produtos alimentares.
Transporte comercias de produtos.
Conservação e armazenamento de óleos, perfumes e cosméticos.
Utilização em rituais religiosos.
Utilização como recipiente para beber vinho.
7. A Pintura
No séc. V a.C. registou-se uma assinalável evolução nas técnicas e sistemas de representação, com o aumento do realismo, o domínio do movimento e uma maior expressividade das figuras.
Os temas favoritos são as cenas alegóricas e mitológicas, o quotidiano, as paisagens e as natureza mortas.
Aplicações da pintura:
Cerâmica pintada.
Decoração de interiores domésticos.
Pintura de templos - elementos arquitetónicos e baixos-relevos.
Pintura de estátuas.
Pinturas funerárias na decoração de túmulos.
Pintura a fresco:
Decoração de interiores das habitações com pinturas a fresco.
Fundo pintado a negro com elementos figurativos a vermelho.
Aproximação à tridimensionalidade - efeito de perspetiva.
Modelação dos volumes através da transição claro-escuro.
Temas mitológicos, paisagens e cenas do quotidiano.
2. A CULTURA DO SENADO
1. Contexto Histórico
Origens de Roma:
Fundada em 753 a.C., enquanto a Grécia estava no período arcaico.
Ao contrário da Grécia, formada por cidades-estado, Roma era inicialmente uma única cidade.
Roma passou de Monarquia (Etruscos) à República (séc. IV-I a.C.) e ao Império (séc. I a.C./d.C.) com Octávio Cesar Augusto.
Octávio Cesar Augusto:
Militar: Continuou as conquistas e estabeleceu a paz romana.
Político: Reformou a administração, reduziu os poderes do Senado e reforçou a sua autoridade com o Conselho Imperial e a Guarda Pretoriana.
Social: Reorganizou a sociedade segundo o sistema censitário para estabelecer a paz social.
Cultural: Promoveu o desenvolvimento das artes e letras, protegendo artistas e patrocinando obras públicas.
Religioso: Vinculou o culto do imperador à religião tradicional, sendo eleito sumo pontífice.
República:
Proclamada em 510 a.C.
Sistema político com governo de representação popular.
Administração da cidade e território baseada no Senado (poder legislativo), magistrados e exército.
Apenas os cidadãos ricos, os patrícios, tinham assento no Senado.
O Senado
Maior e único órgão permanente da estrutura política romana.
Inicialmente, composto por ex-magistrados de origem patrícia.
Funções máximas da governação: política externa, paz e guerra, administração das finanças.
Funções extraordinárias: suspender tribunais, intervir no governo das províncias, gestão do exército.
No Império, o número de senadores foi reduzido, e as funções tornaram-se legislativas e deliberativas na administração local.
As reuniões do Senado realizavam-se na Cúria, onde a retórica era fundamental para o sucesso dos oradores.
Os Romanos aprenderam a arte de falar com os Gregos.
2. Arquitetura Romana
Romanização:
Desenvolvimento urbano segundo o modelo de Roma.
Construção de edifícios públicos e privados segundo os padrões da arquitetura clássica.
Infraestruturas: estradas, pontes, aquedutos, redes de água e esgotos.
Difusão dos costumes romanos: termas, jogos, teatro, religião, alimentação e vestuário.
Adoção do latim como língua oficial.
Características
A arquitetura romana foi um dos maiores legados da civilização romana, caracterizada pelo pragmatismo, racionalismo, funcionalismo e utilitarismo.
Estradas, pontes, aquedutos, basílicas, termas, anfiteatros, templos e circos foram espalhados pelas províncias.
A arquitetura romana foi sistematizada na obra De Architetura, de Vitrúvio, que estabelece as bases da edificação: solidez, utilidade, beleza e decoro.
A utilidade era um dos maiores valores, com a construção e o urbanismo ao serviço do bem comum e do desenvolvimento civilizacional.
A arquitetura enaltecia e manifestava o prestígio do Império.
A arquitetura romana resultou da assimilação de elementos das culturas etrusca e grega.
Herença Etrusca:
Emprego do arco de volta perfeita e da abóbada na resolução de problemas estruturais.
Templo elevado sobre um pódio proeminente.
Herença Grega:
Apropriação das ordens arquitetónicas, com preferência pela ordem coríntia. Criação de duas novas ordens: a toscana e a compósita.
Inovações Tecnológicas:
Opus caementicium: argamassa formada por areia, cal, cascalho e água.
Arco de volta perfeita e abóbada de berço.
Racionalização de meios, materiais e mão de obra.
Fórum
Espaço retangular com uma escala monumental e funções propagandísticas do poder imperial.
Integra os edifícios mais importantes da administração, templos e basílicas.
Traçado segundo uma malha de ruas ortogonais com quarteirões.
Estrutura articulada a partir de duas ruas principais: o cardo e o desumano.
O Fórum como centro da vida cívica e urbana.
Integração de equipamentos públicos e infraestruturas.
3. Escultura Romana
No retrato, os romanos preferiram a representação realista e expressiva.
Tipos de Escultura
Estátuas públicas.
Estátuas equestres.
Retratos.
Frisos em baixo-relevo em arcos de triunfo, colunas triunfais, altares, sarcófagos e estrelas funerárias.
Características da Estatuária Pública
Fusão do realismo com a idealização de inspiração helenística.
Representação realista dos traços fisionómicos, expressivos e psicológicos.
Estátuas públicas de imperadores, chefes militares e senadores visam a glorificação dessas figuras.
A representação de imperadores assume um caráter divino.
Funções da Escultura Romana
Exaltar o prestígio do Império.
Glorificar o poder imperial.
Consagrar os heróis e glorificar os chefes políticos e militares.
Eternizar a memória dos antepassados.
Características dos Retratos
Influência da tradição da escultura etrusca e helenística.
O retrato associado ao culto doméstico dos antepassados.
O retrato como reflexo do individualismo e da valorização do caráter e da personalidade.
Interesse em perpetuar a memória do indivíduo.
Representações com grande realismo e preocupação pelas características fisionómicas e psicológicas.
Enaltecimento das virtudes e qualidades cívicas do retratado.
Características dos Baixos-Relevos
Representações narrativas de episódios históricos e temas mitológicos.
Estilo realista e objetivo.
Tratamento do espaço com efeitos de perspetiva.
Enaltecimento de individualidades.
Carácter propagandístico do Império.
4. Pintura e Mosaico
A pintura e o mosaico são as expressões artísticas que melhor refletem os padrões de vida e o quotidiano dos romanos.
Estilos da Pintura Romana
Primeiro estilo (Incrustação): Imitação de blocos de alvenaria em estuque.
Segundo estilo (Arquitetural): Ilusionismos arquitetónicos.
Terceiro estilo (Ornamental): Esquema decorativo concentrado em ornamentos formais.
Quarto estilo (Intricado): Paleta de idiomas decorativos.
Técnicas da Pintura Romana
Pintura a fresco.
Encaústica sobre madeira.
Mosaicos.
Funções da Pintura Romana
Função decorativa.
Função simbólica.
Função alegórica.
Características da Pintura Romana
Animação dos espaços interiores com efeitos ilusionistas de perspetiva.
Enriquecimento cenográfico dos ambientes interiores.
Expressão do luxo, do requinte e do conforto.
Simulação de cenografias arquitetónicas.
Representação de figuras, objetos e ambientes com grande realismo.
Principais Centros de Pintura
Pompeia.
Herculanum.
Mosaico
Composição pictórica feita a partir de pequenas unidades/peças (tesselas) que podem ser feitas de pedra, cerâmica, vidro ou metal.
Podem ser a preto e branco ou policromos.
Temas variados: decoração geométrica, motivos mitológicos, motivos animais, motivos de caçadas e representação humana.
UNIDADE 3 - A CULTURA DO MOSTEIRO
1. Contexto Histórico
Os espaços do cristianismo:
A queda do império romano foi um processo gradual. Desde o século III, o império entrou numa decadência motivada por intrigas, conspirações políticas e uma crise económica.
A divisão do Império após a morte de Teodósio desencadeou a sua desagregação.
Em 305, o imperador Constantino subiu ao poder e tomou decisões com consequências na História da cultura e da arte ocidentais:
Oficialização do Cristianismo como religião do Império (313).
Transferência da capital do Império para Bizâncio (323), que passou a chamar-se Constantinopla.
2. Mosteiro
Monaquismo:
Propósitos: aperfeiçoamento espiritual, aprofundamento das virtudes cristãs e união Mística com Deus.
Os mosteiros estavam isolados da sociedade.
Monges viviam em silêncio, cultivando a austeridade, o trabalho, a oração e a dedicação exclusiva de Deus.
São Bento de Núrsia estabeleceu um conjunto de normas e regras para as comunidades em mosteiros. A maior referência é o Mosteiro de São Galo.
Regra Benedictina
Monges deviam obedecer a um abade e cumprir um conjunto de tarefas e deveres.
A regra valorizava:
A meditação e a oração.
O trabalho manual como um serviço de deus.
Cultivo dos campos, criação de gado, oficinas e trabalho artesanal.
Estudo e a cópia de manuscritos.
Isto tudo garantia a autossuficiência a toda a comunidade.
Áreas de Intervenção Cultural
Os mosteiros converteram-se não só em centros de poder político e económico, mas também em centros dinamizadores da economia e importantes centros culturais e artísticos.
As ordens monásticas também recebiam doações e prestavam tratamento a mendigos, assistência a pobres e acolhimento a peregrinos.
Hospedavam reis, nobres e entidades clericais em visita ou passagem.
3. Caso Prático - Canto Gregoriano
A mais antiga manifestação musical do Ocidente.
Música vocal utilizada para acompanhamento do ritual da liturgia cristã.
Cantochão executado por grupos corais em uníssono e em linhas de melodias vocais monofónicas.
Cantados sem acompanhamento instrumental, em ritmo livre e sem divisão de compasso.
4. Sínteses, Biografia e Acontecimentos
Guardiães do saber - Síntese:
A maioria da população era analfabeta
Com isto, a igreja cristã torna-se a mais importante autoridade e os mosteiros tornam-se verdadeiros centros culturais, autênticos guardiães do saber; • N o s m o s t e i r o s c r i a r a m - s e bibliotecas, formaram se escolas e fundaram a scriptoria.
Poder da escrita - Síntese:
A escrita e a cultura tornam-se num poder restrito a uma elite clerical.
As chancelarias régias foram das funções mais importantes.
São Bernardo - Biografia:
Maior impulsionador da Ordem de Cister.
Critica o excesso de riqueza das comunidades monásticas e rejeita qualquer ligação ao mundo profano.
Preconizou uma arte iconoclasta, sem frescos, imagens ou decorações escultóricas.
Coroação de Carlos Magno - Acontecimento:
Atribuição a Carlos de Magno da qualidade de herdeiro dos imperadores romanos.
Reconhecimento de Carlos Magno, como suprema autoridade sobre o mundo cristão.
5. A formação da arquitetura cristã
A arte bizantina integrou elementos gregos e orientais na cultura cristã, enquanto que os reinos cristãos herdaram a cultura tardorromana e paleocristã, transformando-a numa cultura feudal e monástica.
Basílica romana:
Serviu de referência para a criação da igreja cristã.
Tipologias de edifícios cristãos:
Batistérios.
Martyria.
Mausoléus.
6. Arquiteturas cristãs - Tópicos
Arquitetura paleocristã:
Edifício da igreja criado a partir da tipologia da basílica romana.
Arquitetura Bizantina:
Edifícios religiosos de planta central com deambulatório em torno de um espaço octogonal coroado por uma cúpula.
Arquitetura carolíngia:
Fusão da cultura latina com a tradição germânica e a plástica bizantina.
7. Arquitetura românica
Características:
Preponderância da arquitetura religiosa.
Planta de cruz latina com transepto saliente.
Organização axial do espaço com três ou cinco naves, direcionado para a cabeceira.
Edificios robustos, de muros maciços reforçados por contrafortes.
Utilização do arco de volta perfeita, abóbadas de berço e de aresta.
Pilares robustos, compostos por colunelos adossados.
Alçado da nave formado pela arcada, tribuna, trifólio e clerestório.
Luz interior difusa a partir de rosáceas e janelões na fachada ocidental.
Edifícios Românicos
Igrejas: Para a celebração dos serviços religiosos, para a guarda das relíquias dos Santos e para receber os fiéis em peregrinação.
Mosteiros: Eram autênticas cidades de Deus, guardando o conhecimento e a cultura.
Castelos: Eram as residências fortificadas dos senhores feudais e os símbolos do poder político sobre um determinado território.
Igreja Românica
A igreja românica é a representação de toda a criação divina sobre a Terra.
Apresenta ambientes austeros e obscuros.
8. Românico em Portugal
A instabilidade dos tempos refletiu-se nas formas sóbrias e austeras dos edifícios e nas paredes sólidas e espessas.
As igrejas, torres e adros murados serviam ao culto e refúgio das populações.
A arquitetura românica é caracterizada por igrejas rurais de linhas simples.
Os dois principais materiais utilizados foram o granito e o calcário.
Características comuns:
Robustez formal.
Emprego de pedra aparelhada.
O arco de volta perfeita.
Decorações esculpidas em relevos com função pedagógica.
Aplicação de cachorradas nas cornijas.
9. Escultura românica
A formação da arquitetura romana está ligada ao desenvolvimento da escultura monumental nos portais, nos capitéis, nas arcadas, nos claustros e nos restantes elementos arquitetónicos.
Características temáticas
Cristo Pantocrator (Cristo em Majestade) na mandorla mística.
Visões do Apocalipse e do Juízo Final.
Representação do tetramorfo.
As vidas dos santos.
Representação do paraíso e do inferno.
Temas do bestiário medieval.
Capitéis decorados com motivos geométricos, vegetalistas ou animais míticos.
Características formais e plásticas
Integração da escultura na arquitetura.
Importância dos baixos-relevos dos tímpanos.
Os portais e os claustros como roteiros da ascese.
A escultura como função pedagógica e doutrinal.
Representações estilizadas.
Rigidez nas posições, gestos formais, poses hieráticas e atitudes majestáticas.
As figuras representadas numa perspetiva hierárquica.
10. Artes da cor
F o i n a s c a t a c u m b a s q u e surgiram as primeiras manifestações de arte cristã.
Culturas artísticas que influenciaram a plástica bizantina
A técnica do mosaico romano.
A tradição do mosaico das culturas orientais.
A pintura parietal das catacumbas no período paleocristão.
Mosaico bizantino
Paredes revestidas por painéis de mosaicos, compostos por tesselas.
Figuras representadas de frente numa superfície planimétrica.
Valoriza-se o caráter simbólico e espiritual das composições, sugerindo um mundo místico e sobrenatural.
Pintura românica
Integração da pintura moral na arquitetura religiosa.
Objetivo da difusão da doutrina cristã.
Acentuação do caráter bidimensional das figuras e da composição.
Aplicação da cor a cheio, plana, quase sem matizados ou sombreados.
Importância da cor
A cor desempenhou um papel muito relevante, criando ambientes de deslumbramento nos interiores da igreja.
Desenvolveu programas policromáticos resplandecentes e de grande efeito plástico.
Cores intensas e vibrantes contribuíram para a sublimação do espaço sagrado.
Pintura paleocristã
Decorações parietais nos interiores das catacumbas.
Cenas bíblicas do Novo Testamento e de Jesus Cristo na figura do Bom Pastor.
Temas simbólicos e alegóricos com mensagem doutrinária explícita.
A produção de iluminura
Os mosteiros eram centros de atividade cultural e artística.
A iluminura constitui a arte da cor mais expressiva do período românico.
Os mosteiros assumiram o papel dos guardiães do saber.
Cópia de manuscritos antigos.
10. A Europa sob o signo de Alá
Importância da cultura islâmica como ponte entre a Antiguidade e o Ocidente:
A cultura islâmica herdou o legado cultural greco-romano.
Características da arte muçulmana
É uma arte anicónica, que nao representa figuras humanas ou animais.
Valoriza as artes decorativas.
Aplica a mesma linguagem ornamental a todo o tipo de formas, objetos ou revestimentos.
Inspira-se em motivos geométricos e vegetalistas.
Características da arquitetura islâmica
Edifício da arquitetura religiosa islâmica: a mesquita.
Arte moçárabe
Arte produzida por cristãos em território conquistado pelos muçulmanos.
Fusão da tradição tardorromana com a cultura artística muçulmana.
Incorporação de elementos e formas muçulmanas no sistema artístico e arquitetónico ocidental.
UNIDADE 4 - A CULTURA DA CATEDRAL
1. Contexto Histórico
Diversos fatores contribuíram para as alterações sociais, políticas e culturais a partir do séc. XII:
Contacto com o Oriente (cruzadas e peregrinações).
Período de paz e relativa estabilidade política.
Inovações técnicas na agricultura.
Aumento da produção, do comércio e do artesanato.
Aumento demográfico.
Melhoria das condições de vida das populações.
Nascimento de uma economia de mercado.
Acumulação de riqueza por parte de produtores, comerciantes e banqueiros.
Nova elite social: a burguesia.
Nos finais do séc. XIV, novas alterações climáticas, quebras de produção agrícola, alastramento da fome, crescimento urbano desordenado e doenças provocaram uma crise generalizada.
A igreja cristã refletiu este panorama de crise, deparando-se com o Grande Cisma do Ocidente.
2. Catedral: representação do divino no espaço
As catedrais são o resultado do esforço das populações locais.