RESUMO - CRISE DO FEUDALISMO CAPÍTULOS 6, 7 E 8
Condições históricas
- Séculos 9^{\text{th}}-14^{\text{th}} \text{ centuries}
- Cruzadas
- Enfraquecimento do sistema feudal
- Ressurgimento das cidades
- Surgimento da burguesia
Cruzadas
- Contexto: os turcos invadem Jerusalém, cidade localizada na Palestina.
- Jerusalém era terra sagrada aos cristãos e pertencia ao Império Bizantino.
- O Império Bizantino retoma o contato com o Ocidente após o Cisma do Oriente (disputa entre a Igreja Católica Apostólica Romana e a Igreja Ortodoxa).
- Occidente e Oriente da Europa se unem para expulsar os turcos da Palestina.
- SÉNHORES FEUDAIS: para convencerem a participar das guerras, lhes foi prometido que poderiam conquistar territórios no oriente.
- SERVOS E TRABALHADORES LIVRES: motivados a ir às Cruzadas por:
- Poderem se livrar de seus pecados ao lutar na guerra;
- Sair do feudo pela primeira vez;
- Possibilidade de realizar comércio.
Consequências das Cruzadas
- A grande interação entre pessoas de diferentes lugares (Ásia, África e Europa) aumentou o comércio entre esses espaços ao longo do tempo.
- Esse aumento do comércio gerou ROTAS COMERCIAIS, ou seja, caminhos usados para compra e venda de produtos.
- O sistema feudal começa a enfraquecer: mortes de vários senhores feudais em batalhas e saída de muitos servos de seus feudos para viver nas cidades emergentes.
- Servos e trabalhadores livres passam a realizar atividades comerciais (abrem lojas, hotéis, restaurantes, etc.) e, com isso, começam a emergir cidades novas pela Europa ocidental.
- A cidade de Jerusalém e a região da Palestina passam a ficar dominadas pelos turcos; os europeus cristãos PERDEM a guerra das Cruzadas.
Renascimento das cidades
- RESULTADO: surgimento das feiras.
- O aumento do comércio (por conta das Cruzadas e da venda de mercadorias que sobravam nos feudos) leva ao surgimento das feiras.
- As feiras eram parecidas com feiras atuais, porém com duração de aproximadamente \approx 1 \text{ mês} no mesmo local.
- Ao redor das feiras surgem estruturas para melhorar a vida de feirantes e clientes: restaurantes, hotéis, bares, etc.
- Com o tempo, as feiras tornam-se fixas e evoluem para burgos, com mais pessoas vivendo no mesmo local, casas, ruas e novos tipos de comércio.
- Esses lugares passam a chamar-se BURGOS.
- A população que vive nesses lugares passa a ser chamada de BURGUESES, ou seja, vive em burgos e realiza atividades comerciais.
- Com o aumento da população, os burgos ganham mais moradores, aumentando o número de casas, ruas e serviços; esses burgos evoluem para CIDADES.
- Conclusão progressiva: FEIRAS → BURGOS → CIDADES
Consequências do Renascimento das Cidades
- As cidades tornam-se mais importantes do que os feudos, e cada vez mais pessoas deixam o campo para morar nas cidades.
- Os burgueses tornam-se mais importantes do que os senhores feudais e enriquecem por meio do comércio.
Crise do Século XIV
- CRISE SÉCULO XIV: Inglaterra e França disputam o trono francês por conflitos familiares.
- Dura 116 \text{ anos}: os conflitos causaram mortes de soldados e civis nas cidades por onde passaram.
- Destruição de feudos e campos agravam a fome entre as camadas mais pobres, levando a revoltas camponesas contra senhores feudais e reis.
- Com o fim da guerra, muitos lugares estão destruídos; a fome aumenta por destruição de plantações e pela mortalidade entre moradores do campo, cidades e exército.
Peste Negra
- O comércio entre Oriente (China e Mongólia) e Europa facilita a transmissão de ratos infectados às pulgas que carregavam a peste bubônica.
- Comerciantes italianos de Gênova disseminam a doença pela Europa ocidental sem perceberem.
- A peste matou milhões de pessoas na Europa; causas incluem hábitos de higiene precários e ainda pouco conhecimento científico sobre medicina.
- Médicos da peste utilizavam máscaras de corvo e adotavam métodos que eram ineficazes:
- Sangria: cortes nos braços para expelir o sangue infectado;
- Sanguessugas: colocadas no corpo para retirar o sangue “ruim”;
- Ervas: remédios caseiros aplicados às bolhas, sem eficácia.
- Ao final do século XIV, a peste reduziu a mão de obra nas lavouras, prejudicando a produção de alimentos e aumentando a fome.
Dança macabra
- Em virtude do grande número de mortes por guerra, peste e fome, artes visuais representam a morte como tema recorrente.
- A ideia central: não importa a classe social — rico, pobre, religioso ou não — a Morte encontra a todos de forma inevitável.
Conexões, implicações e sínteses
- As Cruzadas aceleraram o enfraquecimento do sistema feudal ao deslocar população para as cidades e ampliar o comércio.
- O Renascimento das cidades estabelece as bases da economia urbana e do surgimento da burguesia, preparando o terreno para transições posteriores na organização social e econômica (criação de cidades-estado, comércio controllado, precursos do capitalismo comercial).
- A urbanização e o aumento da riqueza mercantil favorecem uma mudança de poder político, com maior peso das cidades frente aos desaísos senhoriais.
- A Crise do Séc. XIV e a Peste Negra agravam desequilíbrios demográficos e econômicos, contribuindo para o colapso de estruturas feudais tradicionais e abrindo espaço para novas formas de organização social e econômica.
- Questões éticas e filosóficas: a violência das guerras, o sofrimento popular e a “Dança macabra” articulam uma visão morbidamente igualitária da mortalidade, questionando a ideia de privilégios de classes diante da morte.
- Implicações práticas: a ascensão da burguesia e a intensificação do comércio mudam hábitos de consumo, padrões de produção, redes de crédito e, ao longo do tempo, fortalecem a urbanização como motor central da economia europeia.
Observações adicionais e analogias
- Hipótese (reflexão): se as pestes não acontecessem, poderia o feudalismo ter persistido por mais tempo, retardando a emergência de estruturas urbanas e do comércio capitalista? As mudanças observadas sugerem que a pressa pela urbanização foi um impulso decisivo para o declínio feudal e o surgimento de novas formas de organização econômica.
- Metáforas úteis para estudo: considerar as feiras como “laboratórios” temporários de comércio que evoluíram para cidades estáveis; pensar na transição entre burgos e cidades como um processo de maturação institucional, com regras, serviços e infraestrutura cada vez mais complexos.