As dimensões lineares de um navio podem ser medidas de várias maneiras, dependendo do propósito e das convenções aplicadas. Algumas das medidas comuns incluem o comprimento roda a roda, comprimento no convés e comprimento total.
As dimensões lineares de um navio variam de acordo com os diferentes países e os tipos de navios (de guerra, mercantes, de casco metálico ou de madeira). As dimensões lineares não são tomadas de maneira uniforme.
As perpendiculares são duas retas normais à linha d'água, usadas como referência para o comprimento do navio, seja no projeto, escantilhão ou borda livre. Elas estão contidas no plano diametral e são traçadas na proa e na popa do navio.
A perpendicular avante é uma linha vertical tirada no ponto de intersecção da linha d'água no calado de projeto com o contorno da roda de proa.
A perpendicular a ré é uma linha vertical cuja posição é definida em função da forma da popa do navio. Em embarcações com leme e hélice no plano diametral, a perpendicular a ré passa pelo centro da madre do leme.
É a distância entre as perpendiculares avante e a ré. Quando se menciona o comprimento de um navio sem especificar, geralmente se refere ao comprimento entre perpendiculares, pois este é usado em cálculos importantes da embarcação, como resistência longitudinal, acelerações e pressões na estrutura.
Corresponde a 96% do comprimento total em uma linha d'água a 85% do menor pontal moldado, medido a partir da parte superior da quilha, ou o comprimento da parte dianteira da roda de proa até o eixo da madre do leme naquela mesma linha d'água, o que for maior.
Para determinar o comprimento de borda livre, é necessário realizar duas medições e selecionar a maior:
Primeira Medida: Marca-se 85% do menor pontal moldado e mede-se o comprimento do navio nessa linha d'água. Multiplica-se esse comprimento por 0,96 (0.96).
Segunda Medida: Mede-se o comprimento da parte dianteira da roda de proa até o eixo da madre do leme na linha d'água correspondente a 85% do menor pontal moldado.
Para navios sem madre de leme (ex: navios de passageiros com azipod, rebocadores com propulsão azimutal ou Voith-Schneider), considera-se apenas a primeira medida.
É definido pelas regras da sociedade classificadora especificada para o projeto e é um parâmetro básico para o projeto estrutural da embarcação. Em geral, é a distância medida na linha d'água no calado de escantilhão, a partir da roda de proa, até a linha de centro da madre do leme, não devendo ser inferior a 96% e nem superior a 97% do comprimento da linha d'água no calado de escantilhão.
É o calado considerado para a definição das cargas que atuam no navio, servindo como base para o projeto estrutural. Normalmente, tem um valor muito próximo do calado de projeto. Se os requisitos de estabilidade não definirem algo diferente, o calado de escantilhão é o calado máximo no qual o navio pode ser carregado.
Para definir o comprimento de regra, coloca-se o navio no calado de escantilhão e mede-se a distância da roda de proa até a linha de centro da madre do leme. Essa medida deve estar entre 96% e 97% do comprimento da linha d'água (LWL) nesse calado.
É a distância horizontal medida no plano diametral entre os pontos de encontro da face inferior do chapeamento do convés superior com as faces internas do chapeamento da proa e da popa. Este comprimento está relacionado com os espaços internos do navio.
É a distância entre as interseções do convés principal com a face dianteira da roda de proa e com a face de ré do cadaste, ou com o eixo do leme, se o navio não tiver cadaste bem definido.
É a distância medida, paralelamente à linha d'água carregada de verão, entre os pontos mais salientes da roda de proa e do cadaste, não incluindo apêndices que se projetem além desses pontos.
Em algumas situações, este comprimento se refere ao comprimento máximo do navio, incluindo apêndices fixados ao chapeamento nas extremidades do navio, necessários para contê-lo em um cais ou dique seco.
É o comprimento máximo de um compartimento que, se alagado, permite que o navio permaneça flutuando com o convés no nível da água. Para cada compartimento, define-se um comprimento alagável, aplicando fatores admissíveis (ex: 0,5) para garantir que o navio não fique flutuando com o convés no nível da água.
Alternativamente, pode ser definido como o comprimento do navio que pode ser alagado sem ultrapassar a linha marginal (linha situada a uma distância não inferior a 76 milímetros abaixo do convés principal, até o qual as anteparas são estanques).
O comprimento alagável varia ao longo do comprimento do navio, sendo normalmente máximo ao meio-navio e mínimo a um quarto do comprimento a partir da proa e da popa.
É a largura da seção transversal a que se refere. Sem outra referência, significa a maior largura do casco.
É a maior largura do casco, medida entre as faces internas do chapeamento do costado, excluindo a espessura do chapeamento.
É a maior largura do casco, medida entre as superfícies externas do chapeamento.
É a distância vertical, medida sobre o plano diametral na seção meia-nau, entre a linha reta do vau do convés principal e a linha da base moldada.
O pontal moldado é normalmente medido a partir do convés principal, mas pode ser referido a outros pavimentos, recebendo nomes de acordo com o local da medição.
É a distância vertical entre a superfície da água e a parte mais baixa do navio em qualquer ponto. Geralmente, medem-se o calado avante e o calado a ré nas escalas de calado próximas às perpendiculares avante e a ré.
É medido na seção meia-nau, ou seja, a meio comprimento entre perpendiculares. Nem sempre corresponde ao calado médio, que é a média aritmética dos calados medidos sobre as perpendiculares avante e a ré.
Os navios são construídos, na maioria das vezes, para terem quilha paralela na flutuação correspondente à linha d'água projetada, ou seja, o mesmo calado avante e a ré.
No plano de linhas, o calado é referido à linha da base moldada. O calado referido à linha da base moldada chama-se calado moldado, utilizado para o cálculo dos deslocamentos.
Inclui o chapeamento do fundo do navio
É o calado para o qual a embarcação foi projetada para navegar, considerando a condição de melhor ganho comercial.
É a relação entre o volume deslocado (\nabla) e o volume do paralelepípedo que circunscreve a carena (L \cdot B \cdot T).
C_B = \frac{\nabla}{L \cdot B \cdot T}
Navios com formas cheias (graneleiros, petroleiros) têm CB grande. Navios afilados (Ro-Ro, navios de passageiros) têm CB menor.
Também conhecido como coeficiente cilíndrico ou longitudinal, é a relação entre o volume deslocado (\nabla) e o volume de um sólido com comprimento igual ao comprimento do navio (L) e seção transversal igual à área da seção mestra (A_M).
CP = \frac{\nabla}{L \cdot AM}
Representa a distribuição longitudinal do deslocamento e é utilizado para cálculos de resistência.
Se o coeficiente prismático for pequeno, o navio é afilado na proa e na popa. Se for grande, o navio tem um corpo paralelo maior.